quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Texto 1 da bibliografia da Unidade I: postagem sexta-feira

Prezados alunos:
o paper do livro de LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Ed. UNICAMP, 1994, será postado na sexta-feira (02/03) à tarde para leitura e preparação para debate na aula da próxima terça-feira (06/03).

A obra completa do autor encontra-se na BICAL e/ou BICEN, mas também há a opção de acessar a leitura virtual no link abaixo:




Boa introdução aos estudos das Teorias e Metodologias da História!

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

1a) Atividade Avaliativa de Março (Cinema na Metodologia)

Como foi dito na aula de hoje (28/02/2012), uma vez por mês os alunos serão "convidados" à assistir um filme em cartaz nos cinemas de Aracaju-SE, dentre algumas opções lançadas aqui no Blog, para que possam mais tarde comentá-lo sob o viés do olhar acadêmico, unindo a teoria e a prática apreendidas em aula.
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A ida aos cinemas será individual e voluntária, porém está vinculada a atividades avaliativas de comentários do Blog que valem até 4,0 pontos. Quem perder a "sessão pipoca" não perderá pontos, mas também não os ganhará!
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Lembrando que alunos com a carteirinha de estudante da UFS (feita no CVV, próximo ao Colégio de Aplicação na UFS - Campus São Cristóvão) além de dar acesso ao empréstimo de livros das bibliotecas (BICAL/Laranjeiras e BICEN, São Cristóvão) também permite que vocês paguem meia-entrada na compra de ingressos para sessões de cinema na rede Cinemark (Shopping Riomar e Shopping Jardins/ Aracaju). Por isso, não durmam no ponto e garantam sua meia entrada.

PS: Às segundas-feiras as sessões são mais baratas, ou seja, você pagará "metade da metade"! :)

Abaixo seguem três sugestões de filmes em cartaz:

* FILMES DE MARÇO 2012:


1.) Para os "alunos emotivos" o filme Histórias Cruzadas (The Help, 2011) é uma produção originária dos EUA, com 146 minutos, sob direção de Tate Taylor e distribuído pela Walt Disney Pictures. Em seu enredo conta a história de Skeeter (Emma Stone) que ao terminar a faculdade e voltando à sua cidade natal no Mississipi, na década de 1960, busca consolidar-se como escritora através do trabalho no jornal local. À partir de sua contratação para escrever uma coluna sobre conselhos doméstico, entra em contato com as empregas negras de suas amigas e presencia cenas de sujeição e preconceito. Surge então a ideia de escrever uma livro sobre a "voz das empregadas" a respeito de sua condição de trabalho e durante esse percurso a personagem aplica uma "metodologia de coleta de dados" entre recusas e aceites, conflitos e descobertas pessoais. Duas presenças são essenciais nesse filme: Aibileen (Viola Davis) e Minny (Octávia Spencer, ganhadora do Oscar de melhor atriz coadjuvante, 2012) as empregadas cuja narrativa irá expor o cotidiano das famílias sulistas. O filme é baseado no livro best-seller de Kathryn Stockett intitulado The Help.

2.) Para os "alunos curiosos e tecnológicos" o filme "A invenção de Hugo Cabret" (Hugo, 2011), uma produção originária dos EUA, com 127 minutos é dirigido por Martin Scorsese e distribuído pela Paramount Pictures. A película conta a história de um órfão vivendo uma vida secreta nas paredes de uma estação de trem em Paris. Com a ajuda de uma garota excêntrica, ele busca a resposta para um mistério que liga o pai (Jude Law) que ele perdeu recentemente, o mal humorado dono de uma loja de brinquedos que vive abaixo dele e uma fechadura em forma de coração, aparentemente sem chave. O método de pesquisa utilizado pelo menino, em companhia de sua jovem amiga, o colocará em muitos perigos e situações engraçadas, mas também enveredara por uma poesia visual reconstrutiva da história do cinema francês. Atenção para as referências à Jean Valjean (Les Miserables) e os irmãos Auguste Marie Lumière e Louis Nicholas Lumière conhecidos como inventores do cinematógrafo (uma máquina de filmar e projetor de cinema, que lhes tem sido atribuído mas que na verdade foi inventado por Léon Bouly, em 1892, mas perdida a patente, fora de novo registada pelos Lumière a 13 de Fevereiro de 1895. Projetado em 3D, o filme mescla os recursos atrativos tecnológicos com reprodução de filmes em preto & branco. O filme é baseado no livro de Brian Selznick. 


3.) Para os "alunos aventureiros" que gostam de fortes emoções, violência e suspense detetivesco o filme Millenium - Os homens que não amavam as mulheres (The Girl with the Dragon Tattoo, 2011), uma produção dos EUA com 158 minutos é dirigida por David Fincher e distribuído pela Sonny Pictures. O filme é um enigma a portas fechadas - passa-se na vizinhança de Hedestad, Suécia. Em 1966, Harriet Vanger, jovem herdeira de um império industrial, some sem deixar vestígios. No dia de seu desaparecimento, fechara-se o acesso à ilha onde ela e diversos membros de sua extensa família se encontravam. Desde então, a cada ano, Henrik Vanger, o velho patriarca do clã, recebe uma flor emoldurada - o mesmo presente que Harriet lhe dava, até desaparecer. Henrik está convencido de que ela foi assassinada. E que um Vanger a matou. Nesse contexto Mikael Blomkvist (Daniel Craig), após um escândalo em seu trabalho, é contratado para investigar o caso e auxiliado pela jovem hacker Lisbeth Salander (Rooney Mara) irão desenvolver uma metodologia de pesquisa cujo alcance da verdade sobre o que aconteceu irá colocar em risco suas vidas. Baseado no livro best seller homônimo, primeira parte da cultuada trilogia de mistério Millenium, escrita pelo sueco Stieg Larsson. Refilmagem do longa sueco Os Homens que Não Amavam as Mulheres (Män Som Jatar Kvinnor ,2009), de Niels Arden Opley.

O que o aluno deve observar e comentar aqui no blog, à partir do filme escolhido?

* Escrever sobre a metodologia de pesquisa presente em cada filme, identificando-a, descrevendo-a e abordando sua importância para o resultado alcançado.

Plano de Curso de Teorias e Metodologias da História





Ementa:  A disciplina ao longo do semestre de 2012-1 tratará das: 1. Principais correntes teóricas da historiografia contemporânea e  2. Metodologias empregadas produção do conhecimento histórico.


Metodologia das Aulas: 

Aulas expositivas com acesso à paper de cada aula préviamente disponibilizado no blog: http://teoriasemetodologiasdahistoria.blogspot.com/
•Os papers deverão ser comentados no blog pelos alunos da disciplina.
•Visitas técnicas (instituições de guarda documental; instituições museais e sítios urbanos arqueológicos)
•Seminário em grupo de apresentação e debate de obras previamente definidas (*).
(*) Metodologia adotada em aulas de universidades europeias.

UNIDADE I: Clássicos da Teoria da História

Estudos sobre algumas obras clássicas da Teoria da História.
Leituras das aulas expositivas:
BOUTIER, Jean e JULIA, Dominique (Orgs.). Passados recompostos: campos e canteiros da História – tradução de Marcella Mortara e Anamaria Skinner – Rio de Janeiro: EDUFRJ/EDFGV, 1998.
CHARTIER, Roger. História Cultural - Entre práticas e representações. Lisboa/Rio de Janeiro: Difel/ Bertrand Brasil, 1990.
LE GOFF, Jacques. História e Memória. Campinas: Ed. UNICAMP, 1994.

UNIDADE II: Métodos da História

Estudo sobre algumas obras da Metodologia da História.
Leituras das aulas expositivas:
ABREU, Regina. A Fabricação do Imortal. Memória, História e estratégias de consagração no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco, 1996.
ARÓSTEGUI, Julio. A Pesquisa Histórica: teoria e método. Bauru: Edusc, 2006.
CARDOSO, Ciro Flamarion e VAINFAS, Ronaldo (org). Domínios da História: ensaios de Teoria e Metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
REVEL, Jacques (org.). Jogos de escalas: a experiência da microanálise. Rio de Janeiro: Editora Fundação Getúlio Vargas, 1998.

UNIDADE III: Teorias e Métodos Interdisciplinares (História & Arqueologia)

Estudo de algumas obras sobre Teoria e Métodos Interdisciplinares à História.
Leituras das aulas expositivas:
FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Arqueologia. São Paulo. Editora Ática, 1988.
FUNARI, Pedro Paulo; ORSER JR., Charles; SCHIAVETTO, Solange Nunes (Orgs.) Identidades, discurso e poder: estudos da arqueologia contemporânea. São Paulo: Annablume, 2005.
GUIMARÃES, Márcia Barbosa. Arqueologia de Assentamentos: Uma análise bibliográfica. pp. 1-40, 2011. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/59054702/Arqueologia-Assentamentos-uma-analise-bibliografica. Acesso  em: 12 de julho de 2011.
NAJJAR, Rosana. Manual de Arqueologia Histórica. Brasília: IPHAN, 2005.
ORSER JR, Charles E. Introdução à Arqueologia Histórica. Tradução Pedro Paulo Abreu Funari. Belo Horizonte: Oficina de Livros,1992.
ZARANKIN, Andrés. Arqueología de la arquitectura: Another brick in the wall. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, Suplemento 3. 1999. pp. 119-128.

Bibliografia das Apresentações/Debates (Seminários):

BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. Lisboa/Rio de Janeiro: Difel/Bertrand Brasil, 1989.
BLOCH, Marc. Introdução à história. Trad. de Maria Manuel Miguel e Rui Grácio. Lisboa: Publicações Europa-América, S/d.
BURKE, Peter. A Escola dos Annales. São Paulo: UNESP, 1991.
GINZBURG, Carlo. Mitos, Emblemas, Sinais. São Paulo: Companhia das Letras, 1991.
GINZBURG,Carlo. O Queijo e os Vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.
HOBSBAWM, Eric. Sobre história. São Paulo: Cia. das Letras, 1998.
HUNT, Lynn (org.). A Nova História Cultural. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.
CERTEAU, Michel de. A Escrita da História. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1982
DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos. 2. ed, Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.
DUBY, Georges. A história continua. Rio de Janeiro: Jorge Zahar/UFRJ, 1993.
SAHLINS, Marshall David. Ilhas de História. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

Avaliação:
Constará de 3 notas (somadas e divididas por 3, onde o aluno deverá obter no mínimo média total 5,0 para aprovação) atribuídas da seguinte forma:
•Participação individual em aula nos debates (até 6,0)
•Participação com comentários dos papers no blog (até 4,0)
•Relatório das Visitas Técnicas (até 10,0)
•Apresentação de Seminário (até 10,0)
•A prova final terá o conteúdo de todos os textos completos vistos no semestre. Ela só se aplicará para casos em observação**.

(**) OBSERVAÇÃO:

As aulas são presenciais.
Faltas às visitas técnicas implicarão na subtração de pontos do relatório final.
Os alunos devem observar a regulamentação do DAA sobre faltas na homepage da UFS (daa@online, em Informações Gerais:  [http://www.daa.ufs.br/textos/guia/]
À cada final de Unidade haverá uma aula para tirar dúvidas.
Não haverá alteração de datas de seminários e entrega dos relatórios, à não ser em situações de exceção***.
Alunos que faltarem no dia da apresentação do seminário em grupo terão atribuída nota zero à essa atividade. Em caso de atestado médico submetido ao DAA, a reposição da nota ocorrerá em prova individual, sem consulta relativa a obra do seminário.
Alunos que não entregarem o relatório das atividades técnicas estarão automaticamente obrigados à prova final.
Alunos que não fizerem nenhuma das avaliações definidas estarão automaticamente reprovados sem ir à prova final.

(***) Situações de Exceção:

Suspensão das aulas com determinação “oficial” da UFS.
Eventos do Núcleo de Museologia que coincidam com as datas programadas.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

A bússola de cobre: Teorias e Metodologias da História para principiantes


Por: Janaina Cardoso de Mello*
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Iniciar-se na longa jornada dos livros históricos à princípio pode parecer uma tarefa simples, principalmente em um mundo contemporâneo repleto de romances, memoriais ou jornalismos históricos que embora adotem a fachada da "História" (com H maiúsculo ao referir-se à mesma enquanto campo de saber científico com teoria e método), poucos de fato deixam de lado o sensacionalismo e a superficialidade para adentrarem fontes primárias com critérios reconhecidos pelas academias. Nesse sentido vê-se obras de jornalistas como Eduardo Bueno ou Laurentino Gomes alçarem um sucesso imenso de venda, não por sua qualidade e profundidade de pesquisa, metodologia e argumentação teórico-conceitual, mas pelo uso de jargões "popularescos" que captam leitores muito mais interessados em "escândalos ou fofocas" (na maioria das vezes distorcidos) que são tomados como "verdades absolutas" e causando assim um empobrecimento cultural destes. 
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A Teoria da História não é fácil, nem agradável, mas sim "espinhosa" porque envolve a compreensão do contexto histórico de produção das idéias formuladas, a biografia (tendências e influências) dos autores, os conceitos muitas vezes localizados em um espaço híbrido e transitório entre outros campos de saber (Antropologia, Sociologia, Literatura, Filosofia, Arqueologia, Museologia, etc.). E apreender tudo isso, separando posições antagônicas, ideologias e modismos necessita muita leitura e amadurecimento acadêmico.
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Já as Metodologias da História não são menos complexas, uma vez que tratam do modo como as fontes documentais (textuais, sonoras, imagéticas, cibernéticas, etc.) são interpretadas de forma que as análises provenientes dessa "leitura reflexiva" que gera considerações conclusivas sejam respeitadas e concebidas como aceitáveis dentro do padrão acadêmico, fugindo assim ao famoso "achismo".
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Por isso, se você é um principiante "corajoso e persistente" disposto à enfrentar os desafios, dificuldades e abismos desse grande labirinto, certamente precisará de uma bússola que o guie nessa aventura. Esse blog, tem esse objetivo: ser a sua bússola ao apresentar textos no formato de papers (resumos) sobre obras de Teoria e Metodologia da História, propiciando um debate coletivo alicerçado pelas aulas presenciais. 
Na Era das tecnologias digitais, utilizar-se das mesmas para o estudo da História não é um contra-senso, mas  uma prova de que o tempo evolui, assim como os pensadores que se dedicam à ele. Estamos no século XXI, bem vindos ao "colaboracionismo de valor na internet"! 
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* Doutora em História Social (UFRJ); Professora do Núcleo de Museologia, do PROARQ - Mestrado em Arqueologia e NPGH - Mestrado em História da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e do PPGH - Mestrado em História da Universidade Federal de Alagoas (UFAL).