O autor: Jacques Le Goff
Jacques Le Goff nasceu no Sul da França em 1924 e ainda garoto, após ler a mais famosa obra de Walter Scott – Ivanhoé – jamais abandonou o interesse pelo medievo. Aos oitenta anos de idade, portanto em 2004, foi reconhecido universalmente, juntamente com Georges Duby e Le Roy Ladurie, como um dos maiores Medievalistas da França pós Segunda Grande Guerra.
A carreira de Le Goff foi uma ascensão desde os bancos escolares até os níveis superiores. Foi aluno da Escola Normal Superior de Paris e no famoso Liceu Louis-le Grand, que em 1994 receberia como aluno o mais famoso filósofo da França pós Segunda Guerra Mundial, Jean-Paul Sarte.
Influenciado pelo medievalista March Bloch, que fora fuzilado por militares na resistência francesa à ocupação nazista em 1944, Le Goff mergulha nos manuscritos antigos, tratados escolásticos, pergaminhos e rolos veneráveis que guardavam os segredos e as controvérsias medievais. O resultado foi a descoberta de uma época distinta do que o Renascimento descrevia, ou seja, a dark age (era das trevas) dos ingleses.
Le Goff é um autor conhecido no Brasil tendo vários livros editados como: A história nova, Os intelectuais na idade média, História da memória, O Deus da idade média: conversas com Jean-Luc Pouthier, A bolsa e a vida: usura na Idade Média, As raízes medievais da Europa, A idade média explicada a meu filho, entre outros.
(Fonte: Bernardo Rafael de Carvalho Pereira. História e Memória, In: http://www.filosofante.com.br/?p=822, Acesso: 02/03/2012)
A obra: História e Memória - visão geral
A Memória e a História por vezes parecem ser simbióticas, envolvendo-se em torno de um objeto, de uma pessoa, de um fato, de uma temporalidade, todavia o que as distingue fundamentalmente?
A obra História e Memória de Jacques Le Goff (responsável pela Escola dos Annales em sua terceira geração, por volta de 1970) apresenta-se dividida em 10 capítulos, tendo sido lançada em 1988, e ao tratar da História são evocadas algumas relações entre a) a História Objetiva (enquanto Ciência) e a história vivida (processo; lembrança); b) a História em sua temporalidade (natural, cronológica e cíclica); c) a dimensão dialética da História (em seus conflitos, oposições e contradições) tendo em vista o passado e o presente; d) a História e o futuro; e) a História e seu intercâmbio com as outras Ciências.
Dois capítulos do livro merecem especial leitura pelas demais áreas da Ciências Sociais, pois se tornaram referência teórica e metodológica: * Memória e * Documento/Monumento.
Entre o relato de um fato por uma testemunha ocular e a explicação de um evento, a História percorreu um longo caminho entre o mito e a cientificidade legitimada. Das "lendas originárias" da humanidade à religião ou às ideologias como categorias de interpretação, a subjetividade beira às análises dos documentos, por isso o autor chama a atenção para a necessidade da crítica do documento que não é um material bruto, objetivo e inocente, mas que exprime o poder da sociedade (ou dos grupos sociais que detém o poder) do passado sobre a memória e o futuro tornando assim o documento. Desse modo, todo o documento é fruto de uma escolha, quer seja a de decidir o que deve ser arquivado e o que deve ser descartado (nenhum arquivo guarda todos os documentos da humanidade, sem lacunas!), quer seja quais documentos devem ser utilizados na interpretação de determinado fato histórico.
O fato histórico é uma construção e a História uma criação do historiador, que pode ser afirmada ou refutada por gerações de pesquisadores futuros com base na "descoberta" de novos documentos outrora não relacionados ou com a utilização de novo métodos de análise documental. E dentro desse esforço por compreender pessoas, relações sociais e acontecimentos, o tempo é por excelência uma peça fundamental para os estudos históricos. Seja o tempo como demarcador de uma cronologia, cristalizado em um calendário que transita entre as origens míticas e religiosas da humanidade ao progresso tecnológico.
Toma-se então o calendário como uma tentativa humana de controle do tempo da natureza, empreendendo uma periodização que o torna um tempo histórico fragmentado. Todavia, a ideia de tempo linear, contínuo e irreversível é criticada na obra de Le Goff, reafirmando a concepção de tempo indicada pela Escola dos Annales com ritmos diferenciados. Nesse contexto eventos do século XX como o marxismo, o facismo, o nazismo, as duas grandes guerras mundiais e a bomba atômica, a renovação das teorias e metodologias da História via Escola dos Annales e a trajetória do terceiro mundo com suas peculiaridades históricas são abordados.
A obra: História e Memória em capítulos.
Capítulo I - História.
Ao dialogar com vários autores como Paul Veyne, Marc Bloch, Benedetto Croce, Lucien Febvre, dentre outros, Le Goff busca refletir sobre a História em sua temporalidade sem reduzi-la às concepções europeias/ocidentais. Objetiva-se resgatar a raiz da palavra História em seu sentido de "ver" e "procurar" (do valor do testemunho), compreendendo os processos de montagem teórica e técnica a partir dos documentos, caminhando por lacunas e inexatidões, como arte de reconstrução e não de ressuscitação. Para Marc Bloch, longe de se preocupar somente com o passado, a História é a ciência dos homens no tempo (no seu tempo, tempo mutável, longo, que se desdobra no presente e no futuro). Nesse trajeto são ressaltadas as rupturas e descontinuidades temporais, bem como as necessidades contemporâneas que atuam sobre as análises históricas. Há críticas à História de historiadores oficiais em seu distanciamento da História coletiva, em sua parcialidade privilegiando os indivíduos ("grandes homens") e postura de "donos da verdade" na narração de "um conto de fatos verdadeiros". Enfatiza-se a singularidade do fato histórico que não se repete como experiência de laboratório, mas que mesmo assim, alguns historiadores tentam generalizar tais singularidades.
Para Le Goff a memória não é História, mas um de seus objetos e um campo para elaboração histórica. Ressalta que toda História e relativamente contemporânea à medida que o passado é apreendido pelo presente. Vê a cultura como uma mentalidade histórica, ligada à diferentes concepções de tempo existentes nas sociedades. Destaca a importância da oralidade nesse processo, pois todas as sociedades possuem História (quer tenham escrita ou não), apontando ainda o papel da problematização dos mitos como um dado importante para a reflexão histórica e para o olhar etnológico (de onde se vêem as outras culturas a partir da cultura em que se vive).
O filósofo Michel Foucault é citado como aquele que reforça a necessidade de se questionar os documentos (e não tomá-los como reprodução da verdade de um fato histórico), atentar à descontinuidade do tempo (às mudanças, transformações) e principalmente no interesse pelo desenvolvimento da prática e da metodologia histórica. Assim a História se configura como Ciência de fato e passa a ser ensinada com um sentido mais objetivo.
Para a História o documento fala mesmo nos seus silêncios e até os falsos documentos têm algo a dizer. A História não é divina, é humana e por isso passível de seus equívocos e tentações. Olhos bem abertos sem ingenuidades, teoria aprofundada, metodologia compatível e perguntas-problemas são elementos fundamentais ao ofício do historiador.
Capítulo 2 - Antigo/Moderno
Pela definição ocidental, os conceitos de antigo e moderno referem-se às oposições tradicional (passado)/ inovador (recente). Todavia a modernidade foi apresentada como um conceito negativo da cultura industrial, isso posto que nas sociedades tradicionais a antiguidade possui um valor seguro, onde a memória coletiva está depositada nos mais idosos. Com a consciência da modernidade há um sentimento de ruptura com o passado e o moderno surge para afastar o que considera um atraso. Le Goff chama atenção para o lançamento do termo "modernidade" em 1860 por Baudelaire; já Henri Lefebvre vai distinguir modernidade de modernismo ("A modernidade como resultado ideológico do modernismo"). Sendo que o moderno não estaria se opondo ao antigo e sim ao primitivo, voltando-se para o passado de onde retira sua força.
Capítulo 3 - Passado/Presente.
O passado como "função social" congrega também brechas para a inovação, para a mudança, no processo de "renascenças", de retorno e progresso. Segundo Marx haveria um culto reacionário do passado que deveria ter um fim. Esse "culto ao passado" teria alimentado as ideologias fascistas e nazistas. Segundo Bourdieu, quando uma classe entra em declínio volta-se para o passado em busca de referências melhores. E por mais paradoxal que possa ser, a aceleração da História e das sociedades industrializadas levou as massas à nostalgia, ao religamento com suas raízes, voltando-se para a História, Arqueologia, Folclore, Fotografia (como criadora de memórias e recordações) e o prestígio da noção de patrimônio.
Capítulo 4 - Progresso/Reação.
A ideia de progresso provém da antiguidade greco-romana. A mudança era vista como corrupção e desordem. O futuro dos homens estava ofuscado pela lembrança das divindades e dos heróis mitológicos. Com o nascimento da imprensa no século XV e a Revolução Francesa (1789) a ideia de progresso em relação Idade Média toma impulso. Mas a concepção de progresso na História continua sendo cíclica (desenvolvimento, apogeu e decadência). Entre 1840 e 1890 há um grande boom econômico e industrial do progresso no Ocidente. Assim, a ideia de progresso está atada à uma ideologia burguesa que a crise de 1929 faz ruir. Depois da segunda guerra mundial o progresso é despertado no terceiro mundo.
Capítulo 5 - Idades Míticas.
Para dominar o tempo e a História e satisfazer as próprias aspirações de felicidade e justiça ou os temores face ao desenrolar ilusório ou inquietante dos acontecimentos, as sociedades humanas imaginaram a existência, no passado e no futuro, de épocas excepcionalmente felizes ou catastróficas e, por vezes, inseriram essas épocas originais ou derradeiras numa série de idades, segundo uma certa ordem. Essas idades míticas normalmente estão vinculadas à religião. E a idade mítica final repete a final, como um evento cíclico de eterno retorno. Do caos ao renascimento, à ordem, para novamente entrar em declínio. O que está em causa, em primeiro lugar, nas idades Míticas, é a ideia de progresso. Tudo era, realmente, melhor no início? As teorias das Idades Míticas introduziram, no tempo e na história, a idéia de período e ainda, a idéia de uma coerência na sucessão dos períodos, a noção da periodização.
Capítulo 6 - Escatologia.
Escatologia é a doutrina das crenças que abordam o destino final do homem e do universo, considerado um tema recente datado do século XIX. Citando Bultmann, Le Goff afirma que escatologia é “quando o homem é colocado perante uma decisão”. O ano novo ao mesmo tempo inspira morte e ressurreição. O oráculo é uma divindade que revela seus segredos. A laicização é considerada uma das primeiras metamorfoses da escatologia.
Capítulo 7 - Decadência.
O termo não se opõe a progresso, mas é mais comum ser ligado a ideia de envelhecimento. A maioria das teorias acerca da decadência provém de pensadores, de grupos ou de sociedades que corrigem o seu pessimismo com uma crença ainda mais forte da vinda obrigatória de uma renovação. A decadência é uma fase necessária para a renovação. Mas a noção de decadência talvez esteja ao serviço de certos tipos de história, hoje profundamente desacreditados: a história política, a história linear ou cíclica, a história catastrófica.
Capítulo 8 - Memória.
A memória é uma representação do passado, sendo histórica e social. A memória, como propriedade de conservar certas informações, remete-nos em primeiro lugar a um conjunto de funções psíquicas, graças às quais o homem pode atualizar impressões ou informações passadas, ou que ele representa como passadas. Tornarem-se senhores da memória e do esquecimento é uma das grandes preocupações das classes, dos grupos, dos indivíduos que dominaram e dominam as sociedades históricas. Os esquecimentos e os silêncios da história são reveladores desses mecanismos de manipulação da memória coletiva. Em sociedades de memória essencialmente oral há diferenças das essencialmente escritas. O aparecimento da escrita está ligado a uma profunda transformação da memória coletiva. A escrita permite à memória coletiva um duplo progresso, o desenvolvimento de duas formas de memória. A primeira é comemoração, a celebração através de um monumento comemorativo de um acontecimento memorável. A outra forma de memória ligada à escrita é o documento escrito num suporte especialmente destinado à escrita. Importa salientar que todo documento tem em si um caráter de monumento e não existe memória coletiva bruta. Entre as manifestações importantes ou significativas da memória coletiva, encontra-se o aparecimento, no século XIX e no início do século XX, de dois fenômenos. O primeiro, em seguida a Primeira Guerra Mundial, é a construção de monumentos aos mortos, A comemoração funerária encontra aí um novo desenvolvimento. Em numerosos países é erigido um túmulo ao soldado desconhecido, associado a anonimato, proclamando sobre um cadáver sem nome a coesão da nação em torno de memória comum. A memória é um elemento essencial do que se costuma chamar identidade, individual ou coletiva, cuja busca é uma das atividades fundamentais dos indivíduos e das sociedades de hoje, na febre e na angústia. A memória coletiva é não somente uma conquista, é também um instrumento e um objeto de poder. Nas sociedades desenvolvidas, os novos arquivos não escaparam à vigilância dos governantes, mesmo se podem controlar esta memória tão estreitamente como os novos utensílios de produção desta memória, nomeadamente a do rádio e a da televisão. Le Goff chama a atenção para a memória dos computadores (ela é auxiliar dos seres humanos) e o código genética, ambos dotados de memória, embora não humana. A memória onde cresce a história, que por sua vez a alimenta, procura salvar o passado para servir o presente e futuro. Devemos trabalhar de forma a que a memória coletiva sirva para a libertação e não para a servidão dos homens.
Capítulo 9 - Calendário.
O tempo do calendário é totalmente social, mas submetido aos ritmos do universo. O calendário é um objeto cultural, enquanto organizador do quadro temporal, diretor da vida pública e cotidiana, o calendário é, sobretudo, um objeto social. A conquista do tempo através da medida é claramente percebido como um dos importantes aspectos do controle do universo pelo homem. O calendário é um dos grandes emblemas e instrumentos do poder. A reforma e a revolução francesa são exemplos de mudanças no calendário. Para garantir o poder, o calendário estabelece festas que perpetua a recordação de feitos ligados a um grupo social. Nos diversos sistemas sócio-econômicos e políticos, o controle do calendário torna mais fácil a manipulação de dois instrumentos essenciais do poder: o imposto, no caso do poder estatal; e os tributos, no caso de poder feudal. O calendário muçulmano foi sempre lunar e não o solar. Há o calendário baseado nas estações do ano. Uma função essencial do calendário é a de ritmar a dialética do trabalho e do tempo livre, o entrecruzamento dos dois tempos: o tempo regular, mas linear do trabalho, mas sensível a mutações históricas, e o tempo cíclico da festa, mais tradicional. O calendário, órgão de um tempo que recomeça sempre, conduz paradoxalmente à instituição de uma história cronológica dos acontecimentos. A história dos almanaques e dos calendários é uma história de reis e de grandes personagens, de heróis e, antes de mais nada, de heróis nacionais.
Capítulo 10 - Documento/Monumento.
A memória coletiva e a sua forma científica, a História, aplicam-se a dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos. De fato, o que sobrevive não é o conjunto daquilo que existiu no passado, mas uma escolha efetuada quer pelas forças que operam no desenvolvimento temporal do mundo e da humanidade, quer pelos que se dedicam à ciência do passado e do tempo que passa, os historiadores. Memória: fazer recordar. Monumento é um sinal do passado. O monumento é tudo aquilo que pode evocar o passado, perpetuar e recordação, por exemplo, os atos escritos. O monumento tem como características, o ligar-se ao poder de perpetuação, voluntária ou involuntária, das sociedades históricas. Originalmente o documento se opunha ao monumento, que era intencional. Devemos criticar a história fundada sob os documentos. Embora a concepção de documento resista a mudanças, seu conteúdo se dilatou muito. O interesse da memória coletiva e da história já não se cristaliza exclusivamente sobre os grandes homens, os acontecimentos. O documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado, é um produto da sociedade que o fabricou segundo as relações de forças que aí detinham o poder. Só a análise do documento enquanto monumento permite à memória coletiva recuperá-lo e ao historiador usá-lo cientificamente, isto é, com pleno conhecimento de causa. Para Foucault o problema da história está em questionar os documentos. Desestruturar o documento evidenciando o seu caráter de monumento. O documento não é inócuo. É, antes de mais nada, o resultado de uma montagem, consciente ou inconsciente, da história da época, da sociedade que o produziram, mas também das épocas sucessivas durante as quais continuou a viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a ser manipulado, ainda que pelo silêncio. O documento é monumento. Resulta do esforço das sociedades históricas para impor ao futuro – voluntária ou involuntariamente – determinada imagem de si próprias. Não existe um documento-verdade. Todo o documento é mentira... falso, porque um monumento é em primeiro lugar uma roupagem, uma aparência enganadora, uma montagem. É preciso começar por desmontar, demolir esta montagem, desestruturar esta construção e analisar as condições de produção dos documentos-monumentos. É importante não isolar os documentos do conjunto de monumentos de que fazem parte.
O estudo da memória, mostra que o homem ao longo de sua vida armazena na sua mente informações.Seja da trajetória pessoal como tambem da memória histórica e social.Segundo Le Gourhan a memória do homem pode sofrer influência da sua origem étnica e da sociedade em que ele vive.
ResponderExcluirO documento e monumento tem um papel fundademntal na história.Como documento de forma escrita ele trás fatos e resgata a memória de povos e civilizações que viveram no passado.Serve de fonte de estudos para os historiadores que.Que antes analisam através de pesquisas a autencidade deste documento.Ja o monumento foi deixado pelo passado a presença de vai mostrar os costumes e a cultura dos povos que viveram ali.
ResponderExcluirO livro traz relato de um fato, explicações de um evento que percorre entre mitos e verdades por conta das religiões, ideologias e interpretações de analises de documentos. A Memória e a História esta sempre envolvendo um tempo, pessoa e objeto. Por isso temos que saber como analisar um documento na base da critica que tem a História, e saber o que deve ser arquivado ou descartados já que os documentos serão utilizados na interpretação de um fato histórico.
ResponderExcluirA diferença entre o Fato Histórico e a História é fundamental para saber como analisar o documento.
O capitulo'historia' explica sobre o conceito,modelos de inteligibilidade,lição do fundamento da historialidade entre outros.....tambem relata sobre uma certa rivalidade sobre Ciencia historica e Filosofia da historia mesmo com essa discuçao entre elas,uma depende da outra em algumas situações......a historia não e so para contar fatos do passado e sim do cotidiano atual.....existe muita opinião contraria entre os historiadores,os filosofos e outros sobre esse assunto que é "historia".
ResponderExcluirO capitulo "historia" fala sobre o conceito,a historia da propria historia,modelos de inteligibilidade da historialidade, entre outros......Relata sobre a rivalidade de 'Ciencia historica' e 'filosofia da historia' se é que pode chamar assim,mas se olhar de um ponto de vista um depende do outro....tem varias opniões de grandes historiadores,filosofos e outors.
ResponderExcluirA historia não pode so ser caracterizada pelo fato do passado e sim do cotidiano atual...essa e uma da realidade existente.
Esse livro nos mostra a luta para poder ter um pouco da historia,tanto escrita como contada.E mostra um passado que não convivemos mas hoje e a realidade. De que Muitos tentam esconder a historia mas os livros nos mostra tudo que aconteceu e que estava guardado na mente desse povo.E por ter passado por tanta critica hoje preserva sua historia em sua cultura.
ResponderExcluirO autor nos faz olhar e perceber que a História e a Memória andam juntas, numa sobrevivência simbiótica, sem serem realmente a mesma coisa. Uma precisa da outra para se estabelecer e ter consciência dos fatos. O presente depende do passado para ser o que é, numa simbiose ainda mais delicada. Cada ato do presente, no exato segundo seguinte, vira passado, sendo assim o passado o real tempo de realização. O presente é o frágil instante entre o imaginação do futuro e a construção do passado. É para atestar esses fatos que existem os documentos-monumentos que mostram onde, como, e quando se sucederam os acontecimentos que, de alguma forma, marcaram a sociedade. Aliás a sociedade determina e é determinada pela memória individual. Memória do que era e, porque era, ainda é. Memória do que será e, porque será, também já é.
ResponderExcluirO livro apresenta ao leitor a relação que a História tem com memória, ao mesmo tempo o autor elucida que memória não é a história, as duas possuem laços cientificos que as associam, logo podemos dizer que ambas se equacionam. É isso que torna a história uma ciência com peculariedades que a diferencia das outras ciências sociais. No primeiro capítulo o autor mostra os conceitos da palavra história, as suas terminologias e atribuições, mostrando pontos que distingue de outras áreas do conhecimento humano. No capítulo intitulado Memória, ele retoma as discussões sobre a importância da memória para a constituição do conhecimento histórico. No Documento/monumento vamos perceber a representação dos acontecimentos da humanidade erguidas através dos monumentos que as representam, concomitantemente mostra como o historiador utiliza esses documentos para obter respostas para seus questionamentos.
ResponderExcluirSEGUNDO O TEXTO DE LE GOFF,A MEMÓRIA NO SEU SENTIDO HISTÓRICO E ANTROPOLÓGICO ESTÁ VOLTADO PARA O COLETIVO.
ResponderExcluirO AUTOR RELATA QUE A MEMÓRIA VEM ANTES DA FALA E DA ESCRITA,SENDO UM CONJUNTO DE FUNÇÕES PSÍQUICAS,QUE AUXILIA O HOMEM A ATUALIZAR AS INFORMAÇÕES PASSADAS.
De acordo com Le Goff os historiadores dão a sustentação para o segmento dos materiais da memória coletiva,que são os documentos e monumentos.Segundo o autor o monumento tem caracteres ligados ao poder perene das sociedades históricas e o documento a escolha do historiador.
ResponderExcluirEm meio aos seus estudos, Le Goff não só mostra seus conceitos sobre a história vivenciada e contada por alguns historiadores, mas acima de tudo o dialogo com vários autores mostrando assim que os fatos estão em constantes mudanças já que o sentido de História se mantêm confuso e misturado.
ResponderExcluirNo entanto, no estudo desses fatos estamos sujeito a busca do presente pelo passado e o passado pelo presente, sendo que é o processo da memória no ser humano que intervir na arrumação desses vestígios, e a utilização de uma linguagem falada e depois escrita possibilita o armazenamentos desses fatos.Logo os Documentos/Monumentos impõe o estudo dos objetos herança do passado, mas que é necessário o analise desses escritos, pois não existe um documento-verdade já que cada historiador interpreta de uma forma diferente.
Contudo a história nos concede formas para buscarmos compreender o mundo, já que não é uma ciência exata e sim questionadora.
Os cápitulos lidos do livro de Le Goff nos mostra a importancia dos documentos e monumentos para melhor compreenção da nossa história. Sendo que: "o documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado" O documento tem um valor de extrema importancia para sociedade, sendo que "o documento é um monumento" porém todo documento é mentira. Não é de facil compreenção mas no debate tiraremos nossas duvidas.
ResponderExcluirSegundo o autor,devemos comprender que o passado e uma continuacao que esta ligado sempre com o presente ,ou seja,passado e presente se ociliam constantimente,um tempo explicando ao outro.Le Goff mostra que toda historia seja ela oral ou escrita quando adentrada ao presente se manifesta uma temporalidade conteporanea,que nos faz comprender historia como uma ciencia social.
ResponderExcluirLe Goff eh muito sapiente e soube mostrar,junto com a visao de varios outros autores,nos capitulos HISTORIA,MEMORIA E DOCUMENTO/MONUMENTO do seu livro HISTORIA E MEMORIA que o objeto da historia e singular onde a relacao passado/presente e presente/passado eh sempre continua idetificando o carater cientifico da historia.Onde a memoria coletiva,seja atraves,de monumentos ou documentos mostra a existencia da nossa histoticidade.
ResponderExcluirA linguagem do autor é complicada e contraditoria,pois em um momento do texto ele fala que o documento é importante para a historia e depois Michel Foucault fala que deve -se questionar o documento que o documento não pode ser reproduzido como verdade de um fato.Ja em outro momento Le Goff fala da comemoração a celebração por meio de um monumento comemorativo de um acontecimento memoravel,mas na outra forma de memoria ligada a escrita é o documento escrito num suporte especialmente destinados á escrita.Devemos também criticar a história fundada sod os documentos.Onde o documento se opunha ao monunmento que documento não é qualquer coisa que fica por conta do passado mas sim um produto da sociedade que fabricou segundo as relações de forças que detinham o poder.Ele fala também que não existe um documento verdade que todo documento é mentira e que a analise do documento enquanto monumento permite a memoria coletiva recuperá-la e ao historiador usá-lo cientificamente.
ResponderExcluirA historia é singular,não esta somente no passado ela também faz parte do presente, portanto, justifica, passsado/presente.A memória é a base do conhecimento. Logo, deve ser trabalhada e estimulada e é através dela que lembramos dos
ResponderExcluiracontecimentos,portanto damos significado ao contidiano e acumulamos esperiências para utilizar durante a vida.
E sobre documentos/monumento é importante enfatizar que documento é monumento, é atraves da sociedade que é registrado as informações.O monumento é um sinal do passado como por exemplo: os escritos.
O livro de Le Goff é um tanto complexo, mas nos faz refletir coim relação aos nossos pensamentos "eles não são só nossos", são coletanias.Precisamos da opinião dos outros para tirarmos conclusões.Não existe o certo ou o errado, o que existe é uma verossemelhança dos fatos."Precisamos voltar ao passado para compreendermos o futuro", e aceitarmos que o processo evolutivo não é feito por um ser só,mais por vários pensadores.
ResponderExcluirLe Goff busca reconstruir o conceito de história, abordando, historicamente, como este conceito foi concebido desde a Antigüidade clássica. Segundo o autor, o que sobrevive do passado não é o que existiu e sim o que os historiadores escolhem para estudar, pois se o documento é a escolha do historiador, o monumento é a herança do passado. Monumento é originário de monumentun (monere), ou seja, “fazer recordar”. A história só existe devido aos documentos.
ResponderExcluirO livro vai nos mostrar as teses colocadas por Le Goffe, que o documento é um monumento e o monumento é um documento, são critérios de avaliações que devem ser feitos para poder deixar na história bases de fundamentação do que é verdade ou não. Já que o documento ele restaura ou informa a memória dos povos ou sociedade que viveram no passado, o monumento foi deixado pelo passado e vai retratar nos mostrando, a cultura dos povos que ali viveram e seus costumes.
ResponderExcluirLe Goff vem nos mostrar a importancia do documento e do monumento. Com o documento os estoriadores podem ficar sabendo o passado de sertos povos, suas culturas. E o monumento foi o que o passado deixou, a presença deste vai mostrar as determinadas culturas e o modo de pençar de um determinado povo.
ResponderExcluirO autor fala dos conceitos sobre historia e o dialogo de historiadores mostrando assim só fatos e sua mudanças no sentido de historia o livros relata a relação do tempo com a historia e sua peculiaridades e perceber a historia e a memória , elas andam juntas mas com significados e sentidos diferentes, cada acontecimento de agora a seguir pode se tornar passado.
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