Resenha: ORSER JR., Charles E. Introdução à arqueologia histórica. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1992.
Charles E. Orser Jr., historiador e arqueólogo norte-americano, professor de antropologia da Illinois State University, é um dos percussores da Arqueologia Histórica nos Estados Unidos, tem trabalhado temas na história pós-colombiana o qual denomina “arqueologia do mundo moderno”, atua na teoria social, arqueologia da desigualdade social e cultura material da modernidade.
Suas pesquisas se desenvolveram em objetos investigados nos Estados Unidos, América do Sul, Brasil, África. Dentre as suas obras destacamos: Unearthing Hidden Ireland: Historical Archaeology in County Roscommon. Wordwell Press, Bray, Ireland, 2006; Images of the Recent Past: Readings in Historical Archaeology.Altamira, Walnut Creek, California, 1996; Race and the Archaeology of Identity. University of Utah Press, Salt Lake City, 2001; Encyclopedia of Historical Archaeology. Routledge, London, 2002; (Thomas C. Patterson). Foundations of Social Archaeology: Selected Writings of V. Gordon Childe. Altamira Press, Walnut Creek, California, 2004; (Pedro P. A. Funari and Solange Nunes de Oliveira Schiavetto). Identidades, Discurso e Poder: Estudos da arqueologia contemporâanea.FAPESP, São Paulo, Brazil, 2005; The Material Basis of the Postbellum Tenant Plantation: Historical Archaeology in the South Carolina Piedmont. University of Georgia Press, Athens, 1998; Introdução à arqueologia histórica. Translated by Pedro Paulo A. Funari. Oficina de Livros, Belo Horizonte, Brazil, 1992; A Historical Archaeology of the Modern World. Plenum Press, New York, 1996; Introducción a la Arqueología Histórica. Translated by Andrés Zarankin.Asociación Amigos del Instituto Nacional de Antropología, Buenos Aires, Argentina, 2000; Race and Practice in Archaeological Interpretation. University of Pennsylvania Press, Philadelphia, 2004; Historical Archaeology. Second edition. Prentice-Hall, Upper Saddle River, New Jersey, 2004; The Archaeology of Race and Racialization in Historic America. University Press of Florida, Gainesville, 2007 dentre outras, além de inúmeras publicações com temas voltados à arqueologia e antropologia em diversas revistas científicas internacionais. Ver: http://nysed.academia.edu/CharlesOrser.
A obra de Orser Jr foi traduzida por Paulo Funari no ano de 1992, a sua inserção nos estudos da arqueologia histórica brasileira refletiu os anseios e ao desenvolvimento dessa área que nesse período alcançava sua consolidação nas pesquisas realizadas no Brasil. Introdução à arqueologia histórica norteou o campo conceitual dessa disciplina como um manual, necessário a todos que adentram na seara da arqueologia histórica, esta disciplina surgida na América do norte e praticada no Brasil. O objetivo do autor consiste em explicar o campo conceitual da arqueologia histórica evidenciando o estudo dos artefatos e as mais variadas fontes de informações utilizadas, já que o seu estudo refere-se a questões ligadas ao colonialismo e imperialismo.
A obra está dividida em seis capítulos: O que é a arqueologia histórica; o segundo, As diferentes fontes da arqueologia histórica; o terceiro, Diferentes visões sobre o que arqueologia nos informa; em particular a arqueologia histórica; o quarto, Especificidades da arqueologia histórica: solos e artefatos; o quinto, Um exemplo de arqueologia histórica: as fazendas do novo mundo e o sexto, arqueologia histórica e reconstrução.
No primeiro capítulo, o autor situa a arqueologia histórica a partir da definição do seu campo de atuação, problema esse ocasionado pelo fato da arqueologia histórica ser uma subdivisão autônoma da arqueologia, e também a forma com a qual a Europa e a América do Norte temporalizam o período histórico na arqueologia.
No segundo apresenta a variedade de fontes de informação utilizada nas pesquisas da arqueologia histórica, como artefatos, estruturas, arquitetura, documentos escritos, informações orais e imagens pictóricas.
Já no terceiro capítulo, o autor discute as correntes teóricas que nortearam a interpretação arqueológica, e enfatiza o uso de determinadas correntes na arqueologia histórica para compreender as evidências da atividade humana em sítios arqueológicos.
O quarto capítulo, mostra como a arqueologia histórica retira conhecimento do solo e artefatos estudados, através da estratigrafia e dos registros que esta evidencia.
No quinto capítulo, exemplifica através das fazendas do novo mundo informações históricas, sociais, e culturais que são possíveis através da pesquisa na arqueologia histórica.
E por fim no sexto capítulo, apresenta a arqueologia histórica como elemento que fornece informações sobre a aparência física dos sítios históricos contribuindo para restauração e reconstrução de estruturas arquitetônicas, permitindo conhecer detalhes da arquitetura dos edifícios trabalhados.