segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sobre História - Eric Hobsbawm


O próximo livro da lista traz Eric Hobsbawm com "Sobre História" (Cia. das Letras, 2000).

Um dos últimos trabalhos de um dos mais respeitados historiadores marxistas ainda vivo, este livro na verdade é uma coleção de ensaios publicados pelo autor, muitos dos quais ainda inéditos, onde Hobsbawm analisa o significado e os compromissos envolvidos na tarefa da escrita da história.

Com clareza e erudição, Hobsbawm, refletindo o papel do historiador, analisa problemas pertinentes para atualidade como a indefinição das identidades nacionais na Europa e o uso ideológico do discurso histórico naquela realidade.


O livro ainda analisa o legado de 150 anos do Manifesto Comunista, a herança de Marx aos historiadores, a revolução bolchevique, as relações entre história e economia e a noção de progresso no conhecimento histórico, entre outras questões.



A obra em capítulos:


Prefácio
Ponto de partida do historiador. Ponto do qual o historiador deve partir é a distinção fundamental entre fato comprovável e ficção. Aquilo que o historiador investiga é real. p. 8.

Cap.1. Dentro e fora da História

América Latina
A história dos países atrasados nos séculos 19 e 20 é a história da tentativa de alcançar o mundo mais avançado por meio de sua imitação (ver Borón). p. 15.

História como local para busca de um passado de glória
O passado é um elemento essencial, talvez o elemento essencial nas ideologias. Se não há nenhum passado satisfatório, sempre é possível inventá-lo. O passado fornece um pano de fundo mais glorioso a um presente que não tem muito o que comemorar. p. 17.

História como fonte para criação de mito
Mito e invenção são essenciais à política de identidade pelo qual grupos de pessoas ao se definirem hoje por etnia, religião ou fronteiras nacionais passadas ou presentes, tentam encontrar alguma certeza em um mundo incerto e instável, dizendo: "Somos diferentes e melhores do que os outros". p. 19.

Cap. 2. O sentido do passado

Sociedades tradicionais
A crença de que a sociedade tradicional seja estática e imóvel é um mito da ciência social vulgar. Até um certo ponto de mudança ela pode permanecer "tradicional": o molde do passado continua a modelar o presente, ou assim se imagina. p. 25.

O domínio do passado não implica uma imagem de imobilidade social. É compatível com visões cíclicas de mudanças. É incompatível com a idéia de progresso contínuo. p. 25.

Utopia
A utopia é por natureza, uma situação estável ou auto-reprodutora, e seu a-historicismo implícito só pode ser evitado por aqueles que se recusam a descrevê-la. p. 31.

Cap. 3. O que a história tem a dizer-nos sobre a sociedade contemporânea ?

O futuro
Pensar sobre o que vem acontecendo: e se a maioria da população não for mais necessária para a produção? Do que se mantém? Previdência. O centro da questão é a economia de mercado. p. 45.

História como autojustificação
A história como inspiração e ideologia tem uma tendência embutida a se tornar mito de autojustificação. p. 48.

Cap. 4. A história e a previsão do futuro

Previsão sobre o futuro
Toda a previsão sobre o mundo real repousa, em grande parte, em algum tipo de inferência sobre o futuro a partir daquilo que aconteceu no passado. p. 49.

Perguntas possíveis
Pergunta-se o que acontecerá, mas não quando acontecerá. p. 62.

Cap. 5. A história progrediu?

Progressos na história
A história se afastou da descrição e da narrativa e se voltou para a análise e a explicação; da ênfase no singular e individual, para o estabelecimento de regularidades e generalização. De certo modo, a abordagem tradicional foi virada de cabeça para baixo. Tudo isso constitui progresso? Sim, constitui, de um tipo modesto. p. 75.

• Aproximação com as outras ciências também tem havido. p. 76.

Defesa do marxismo
Acredito ser o marxismo uma abordagem muito melhor da história porque está mais visivelmente atento do que as outras abordagens àquilo que os seres humanos podem fazer enquanto sujeitos e produtores da história, bem como àquilo que, enquanto objetos, não podem. E, por falar nisso, é a melhor abordagem porque, como virtual inventor da sociologia do conhecimento, Marx elaborou também uma teoria sobre como as idéias dos próprios historiadores tendem a ser afetadas pelo seu ser social. p. 77.

Cap. 6. Da história social à história da sociedade

História das idéias
A velha moralidade de história das idéias, que isolava as idéias escritas de seu contexto humano e acompanhava a sua adoção de um escritor para outro, também é possível desde que se queira fazer esse tipo de coisa. P. 87.

Cap. 7. Historiadores e economistas: 1

Acumulação capitalista atual
Na visão de uma fase transnacional do capitalismo, a grande empresa, e não o Estado-nação, é a instituição por meio da qual se manifesta a dinâmica da acumulação capitalista. p. 117

Concentração econômica
O mero reconhecimento por Marx de uma tendência secular à livre competição para gerar concentração econômica foi de enorme fertilidade. p. 120.

Cap. 8. Historiadores e economistas: 2

Generalizações
As generalidades, apesar de sofisticadas, são insuficientes para compreender qualquer estágio histórico real da produção ou a natureza de sua transformação. p. 124.

Modos de produção combinados
Toda transição de uma formação socioeconômica para outra – digamos da sociedade feudal para a capitalista – deve em algum estágio consistir de uma mistura dessa ordem. p. 134.

Cap. 9. Engajamento

Extremos de um cientista
Em um extremo, há a proposição pouco controversa de que o cientista, que é fruto de sua época, reflete os preconceitos ideológicos e outros de seu ambiente e experiências e interesses sociais e específicos. No outro, há a concepção de que não devemos meramente nos dispor a subordinar nossa ciência às exigências de alguma organização ou autoridade, mas até promover ativamente essa subordinação. p.139.

Intelectuais engajados
O mais decisivo é que os intelectuais engajados podem ser os únicos dispostos a investigar problemas ou assuntos que (por razões ideológicas, ou outras) o resto da comunidade intelectual não consegue considerar. p. 148.

Historiadores enfiados nos seus gabinetes: em favor do engajamento
É nessa situação que o engajamento político pode servir para contrabalançar a tendência crescente de olhar para dentro, em casos extremos, o escolasticismo, a tendência a desenvolver engenhosidade intelectual por ela mesma, o auto-isolamento da academia. p. 154.

Cap. 10. O que os historiadores devem a Karl Marx?

Erros e acertos de Marx
É correto que o modelo deva ser debatido e, em particular, que os critérios usuais de verificação histórica sejam aplicados ao mesmo. É inevitável que certas partes, baseadas em evidência insuficiente ou enganosa, devam ser abandonadas, como, por exemplo, no campo do estudo das sociedades orientais, onde Marx combina uma visão profunda com posições equivocadas sobre, digamos, a estabilidade interna de tais sociedades. Apesar disso, o argumento central deste ensaio é o de que o principal valor de Marx para os historiadores hoje reside em suas proposições sobre a história enquanto distintas de suas proposições sobre a sociedade em geral. p. 162.

Significado de “base”
Quase não é necessário dizer que a “base” não consiste da tecnologia ou economia, mas da “totalidade dessas relações de produção”, isto é, a organização social em seu sentido mais amplo quando aplicada a um dado nível das forças materiais de produção.

Contribuição de Marx
A ênfase de Marx na história como dimensão necessária talvez seja mais essencial do que nunca. p. 163.

História como progresso
O conceito de progresso, característico também do pensamento do século XIX, inclusive no de Marx. pp. 163-164.

Cap. 11. Marx e a história

Em história não existe “se”
O que aconteceu era inevitável porque não aconteceu outra coisa; portanto, o que mais poderia ter acontecido é uma questão acadêmica. p. 175.

A direção inelutável ao socialismo
Se é possível demonstrar que em outras sociedades não houve nenhuma tendência ao crescimento das forças materiais, ou que seu crescimento foi controlado, desviado ou de outro modo impedido, mediante a força da organização social e da superestrutura, de provocar a revolução no sentido contido no Prefácio de 1859, então por que o mesmo não deveria ocorrer na sociedade burguesa? p. 178.

Conceitos de sociedade e modo de produção em Marx
“Sociedade” é um sistema de relações humanas, ou, para ser mais exato, de relações entre grupos humanos. O conceito de “modo de produção” serve para identificar as forças sociais que orientam o alinhamento desses grupos – o que pode ser feito de múltiplas formas, dentro de um certo limite, em diferentes sociedades. P. 179.

• A lista de MPs de Marx não visa constituir uma sucessão cronológica unilinear. p. 179.

Cap. 12. Todo povo tem história

Estudo do antropólogo Eric Wolf
Sobre o ceticismo historiográfico...as ciências sociais e a própria história precisam de 'uma história que poderia explicar os modos pelos quais o sistema social do mundo moderno passou a existir, e que se esforçaria em dar sentido analítico a todas as sociedades, inclusive a nossa. p. 185.

A tradição antropológica contra a qual Wolf se insurge é aquela que trata as sociedades humanas (...) como sistemas independentes, auto-reprodutores e teoricamente auto-regulados. Porém, afirma ele, nenhuma tribo ou comunidade é ou jamais foi uma ilha, e o mundo, uma totalidade de processos interligados ou sistema, não é e nunca foi uma soma de grupos humanos e culturas independentes. O que se manifesta como imutável e auto-reprodutor não é somente o resultado do enfrentamento do processo constante e complexo de tensões internas ou externas, mas muitas vezes produto de transformação histórica. p. 186.

O importante é que a história consiste da interação de entidades sociais diversamente estruturadas (e geograficamente distribuídas), que mutuamente se remodelam. (...) macrocosmo e microcosmo na história são uma coisa só. p.187.

Cap. 13. A história britânica e os “Annales”: um comentário

Influência dos Annales na Inglaterra, a "nouvelle vague" francesa na história
O tríplice significado de Fernand Braudel: como autor de um grande livro; como diretor da revista dos Annales; e como a pessoa que transformou, no prazo de uma geração, a VIe Section da École Pratique, que é hoje a Escola de Altos Estudos nas Ciências Sociais, no principal centro dinâmico das ciências sociais francesas. p.193.

O problema das mentalidades
Não é apenas o de descobrir que as pessoas são diferentes.
É encontrar uma conexão lógica entre várias formas de comportamento, pensamento e sentimento, para vê-las como mutuamente coerentes. p.199.

Devemos encarar a mentalidade como um problema não de empatia histórica ou de arqueologia, ou, se preferirem, de psicologia social, mas da descoberta da coesão lógica interna de sistemas de pensamento e comportamento que se adequam ao modo pelo qual as pessoas vivem em sociedade em sua classe particular e em sua situação particular da luta de classes, contra aqueles de cima, ou, se preferirem, de baixo. p.200

Cap. 14. A Volta da narrativa

Ampliação do campo da história como disciplina
Quanto mais ampla a classe de atividades humanas aceita como interesse legítimo do historiador, quanto mais claramente entendida a necessidade de estabelecer conexões sistemáticas entre elas, maior a dificuldade de alcançar uma síntese. p. 204.

Falso debate do micro e do macro
Não há nada de novo em preferir olhar o mundo por meio de um microscópio em lugar de um telescópio. Na medida em que aceitemos que estamos estudando o mesmo cosmo, a escolha entre micro e macrocosmo é uma questão de selecionar a técnica apropriada. p. 206.

Cap. 15. Pós-modernismo na floresta

Sobre o livro de Richard Price sobre a ideia de "marronage"
De que forma os ajuntamentos casuais de fugitivos de origens extremamente distintas, que nada possuem em comum além da experiência de serem transportados em navios negreiros e do trabalho escravo nas fazendas, passam a constituir comunidades estruturadas? Falando em termos mais gerais, como as sociedades são fundadas a partir do zero? p.209

Trata de comunidades quilombolas no Brasil, Suriname, dentre outros espaços.

Cap. 16. A história de baixo para cima

História oral e memória
A questão é que a memória é menos uma gravação que um mecanismo seletivo, e a seleção, dentro de certos limites, é constantemente mutável. p. 221.

Uma boa parte da história dos movimentos populares é como vestígio do antigo arado. Poderia parecer extinto para sempre com os homens que aravam o campo muitos séculos atrás. Mas todo aerofotogrametrista sabe que, com certa luz e determinado ângulo de visão, ainda se pode ver a sombra de montes e sulcos há muito esquecidos. p. 224.

Cap. 17. A curiosa história da Europa

História dos continentes
Se olharmos mais de perto para a categoria "asiático", ela nos diz mais sobre nós que sobre os mapas. Ela lança alguma luz, por exemplo, sobre as atitudes norte-americanas em relação aos setores da humanidade originários das regiões outrora conhecidas como "Leste" ou o "Oriente". pp.232-233.

[...] o prolongamento ocidental da Ásia conhecido como Europa. Em termos geográficos (...) a Europa não tem fronteiras orientais, e o continente, portanto, existe exclusivamente como um constructo intelectual. p.233.

O conceito original de Europa se apoiava em um duplo confronto: a defesa militar dos gregos contra o avanço de um império oriental nas guerras persas, e o encontro entre a "civilização" grega e os "bárbaros"citas nas estepes do Sul da Rússia. p.234.

Procurar uma "Europa" programática única, portanto, resulta em debates intermináveis sobre os problemas até agora não resolvidos, e talvez insolúveis, de como ampliar a União Européia, ou seja, como converter um continente, que ao longo de sua história tem sido econômica, política e culturalmente heterogêneo, em uma única entidade mais ou menos homogênea. Nunca houve uma Europa única. p.236.

A tradição que não considera a Europa como um continente mas como um clube, cuja filiação está aberta apenas a candidatos garantidos como convenientes pelo conselho do clube, é quase tão antiga quanto o nome 'Europa'. Até onde vai a 'Europa' depende naturalmente da posição adotada. p. 237.

[...] a partir do final do século XV, a história do mundo tornou-se indiscutivelmente eurocêntrica, e assim permaneceu até o século XX. (...) Mesmo o conceito do 'mundo' como um sistema de comunicações humanas abrangendo todo o planeta não poderia existir antes da conquista européia do hemisfério ocidental e do surgimento de uma economia capitalista mundial. É isso que fixa a situação da Europa na história mundial, o que define os problemas da história européia e, na verdade, o que torna necessária uma história específica da Europa. p.239.

Mas é isso também que torna a história da Europa tão peculiar. Seu objeto não é mais um espaço geográfico ou um coletivo humano, mas um processo. p.239.

Cap. 18. O presente como história

Influência do presente
E quando não escrevemos sobre a Antiguidade clássica ou o século XIX, mas sobre o nosso próprio tempo, é inevitável que a experiência pessoal desses tempos modelem a maneira como os vemos, e até como avaliamos a evidência à qual todos nós, não obstante nossas opiniões, devemos recorrer e apresentar. P. 245.

Cap. 19. Podemos escrever a História da Revolução Russa

Podemos algum dia escrever a história definitiva de alguma coisa?
[...] na história do mundo moderno estamos lidando com uma acumulação quase infinita de registros públicos e privados. Não há jeito nem mesmo de imaginar o que os futuros historiadores procurarão e descobrirão neles que nós não havíamos pensado. p. 256.

No entanto, a história como atividade séria é possível porque os historiadores podem concordar sobre o que estão falando, sobre quais questões estão discutindo e até sobre boa parte das respostas para reduzir suas diferenças o bastante para o debate significativo. pp. 256-257.

Podemos fazer um juízo da revolução que deu início à URSS, mas não ainda do seu fim, e isso certamente afetará o juízo histórico. A catástrofe na qual mergulhou a gente comum da antiga URSS ao final do antigo sistema ainda não acabou. p. 257.

Por outro lado, os debates mais acalorados sobre a história russa do século XX não giram em torno do que aconteceu, mas do que poderia ter acontecido. p. 258.

Grandes revoluções de massa que eclodem de baixo para cima - e a Rússia em 1917 talvez tenha sido o exemplo mais impressionante de uma revolução desse tipo na história - são, em certo sentido, 'fenômenos naturais'. p. 264.

A Revolução Russa tem realmente duas histórias entrelaçadas: seu impacto sobre a Rússia e seu impacto sobre o mundo. Não podemos confundir os dois. p.266.

Tal como a Revolução Francesa, a Revolução Russa continuará a dividir opiniões. p. 267.

Cap. 20. Barbárie: Manual do usuário

Banalidade da barbárie
O que torna as coisas piores, o que sem dúvida as tornará piores no futuro, é o constante desmantelamento das defesas que a civilização do Iluminismo havia erigido contra a barbárie, e que tentei esboçar nesta palestra. O pior é que passamos a nos habituar ao desumano. Aprendemos a tolerar o intolerável. p. 279

Cap. 21. Não basta a história da identidade

História nacional construída
As nações são entidades historicamente novas fingindo terem existido por muito tempo. É inevitável que a versão nacionalista de sua história consista de anacronismo, omissão, descontextualização e, em casos extremos, mentiras. Em um grau menor, isso é verdade para todas as formas de história de identidade, antigas ou recentes. p. 285.

Destruidor de mitos nas escolas
A terceira limitação na função dos historiadores como eliminador de mitos é ainda mais óbvia. No curto prazo, estão impotentes contra os que optam por acreditar no mito histórico, principalmente se sustentam poder político, o que, em muitos países, e especificamente nos numerosos Estados novos, envolve controle sobre o que ainda é o canal mais importante para comunicar informações históricas, as escolas. E convém nunca esquecer que a história – principalmente história nacional – ocupa um lugar importante em todos os sistemas de educação pública. p. 290

Responsabilidades do historiador
Essas limitações não diminuem a responsabilidade política do historiador, que repousa, acima de tudo, no fato, já notado acima, de que os historiadores são produtores básicos da matéria prima que é convertida em propaganda e mitologia. p. 290.

Fonte: http://estudosresumidos.blogspot.com.br/2009/10/eric-hobsbawm-sobre-historia.html; com inclusão de capítulos faltantes no blog fonte.

ERIC HOBSBAWM - Biografia




Eric John Earnest Hobsbawm (nascido em Alexandria9 de Junho de 1917) é umhistoriador  reconhecido internacionalmente.Seu trabalho é um estudo da construção das tradições no contexto do Estado-nação. Ele argumenta que muitas vezes as tradições são inventadas por elites nacionais para justificar a existência e importância de suas respectivas nações.
Em 1933, Hobsbawm mudou-se paraLondres ,por ter ganhado uma bolsa para estudar na Universidade de Cambridge, Hobsbawn formou-se em História. Uma de suas preocupações é aprimorar as análises históricas para criar mecanismos mais eficientes de predições econômicas e sociais. Ele mesmo faz algumas em seus livros - como a dificuldade de Israel se manter no Oriente Médio se mantiver apenas a força militar como apoio. Tornou-se militante político de esquerda e ingressou no Partido Comunista da Grã-Bretanha.Durante a Segunda Guerra Mundial(1939/1945), participou de mais um importante período do século XX, ao integrar o Exército Britânico contra os nazistas. Foi responsável por trabalhos de inteligência, pois dominava quatro idiomas. Com o fim da guerra, Hobsbawn retornou à Universidade de Cambridge para o curso de doutorado. Também nessa época juntou-se a alguns colegas e formou o Grupo de Historiadores do Partido Comunista.
Foi membro do grupo de historiadores marxistas britânicos, como Christopher HillRodney Hilton e Edward Palmer Thompson que, nos anos 60, diante da desilusão com o stalinismo, buscaram entender a história da organização das classes populares em termos de suas lutas e ideologias, através da chamada "História Social".
Para analisar a história do trabalhismo e os diversos aspectos que a envolvem, como as revoluções burguesas, o processo de industrialização, as diferentes manifestações de resistência, luta e revolta da classe trabalhadora, Hobsbawn dedicou-se à interpretação do século XIX.
Sobre esse período,publicou estudos importantes, como "Era das Revoluções" ,"A Era do Capital"  e "A Era dos Impérios" . Hobsbawn é responsável por análises aprofundadas sobre aquilo que chama de “o breve século XX”.
Um desses livros, em especial, rendeu-lhe reconhecimento e prestígio: "A Era dos Extremos", lançado em 1994, na Inglaterra, tornou-se uma das obras mais lidas e indicadas sobre a história recente da humanidade.Também importante no conjunto de sua obra é seu livro mais recente, "Tempos Interessantes", publicado em 2002.Considerado um dos historiadores atuais mais importantes, Hobsbawm, além de  militante de esquerda, continua utilizando o método marxista para a análise da História, sempre a partir do princípio da luta de classes. É membro da Academia Britânica e da Academia Americana de Artes e Ciências. Foi professor de História no Birkbeck College (Universidade de Londres) e ainda é professor da New School for Social Research de Nova Iorque.

LIVROS PUBLICADOS

  • A Era das Revoluções
  • Era do Capital
  • A Era dos Impérios
  • Era dos Extremos
  • Sobre História
  • Da Revolução Industrial Inglesa ao Imperialismo. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1979 (Segunda Edição)
  • História Social do Jazz
  • Pessoas Extraordinárias: Resistência, Rebelião e Jazz
  • Nações e Nacionalismo desde 1780
  • Tempos Interessantes (autobiografia)
  • Os Trabalhadores: Estudos Sobre a História do Operariado
  • Mundos do Trabalho: Novos Estudos Sobre a História Operária
  • Revolucionários: Ensaios Contemporâneos
  • Estratégias para uma Esquerda Racional
  • Ecos da Marselhesa : dois séculos revêem a Revolução Francesa / Eric J. Hobsbawm ; tradução Maria Celia Paoli. São Paulo:Companhia das Letras, 1996.
  • As Origens da Revolução Industrial/ tradução de Percy Galimberti São Paulo: Global Editora, 1979.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

2a) Atividade Avaliativa de Abril (Cinema na Metodologia)

Jogos VorazesTodos os anos nas ruínas de onde outrora fora a América do Norte, a nação de Panem força cada um de seus doze distritos para enviar um menino e uma menina para competir nos Jogos Vorazes. Parte entretenimento, parte tática de intimidação do governo, os Jogos Vorazes são um evento televisionado em que os Tributos devem lutar um contra o outro até que um sobrevivente permanece.
Elenco: Liam Hemsworth, Jennifer Lawrence, Elizabeth Banks, Josh Hutcherson, Woody Harrelson, Willow Shields, Stanley Tucci, Alexander Ludwig, Isabelle Fuhrman
Direção: Gary Ross
Gênero: Aventura
Duração: 144 min.
Distribuidora: Paris Filmes
Classificação: 14 Anos


Um conto chinês Roberto é um veterano da Guerra das Malvinas que vive recluso em sua casa há vinte anos e coleciona manias. Jun é um chinês que apareceu na vida de Roberto depois de ser roubado e arremessado de um taxi em Buenos Aires. Roberto não fala chinês e Jun não fala espanhol. Apesar das diferenças e dificuldades Roberto e Jun descobrirão o real motivo deste encontro inusitado: uma vaca que caiu do céu.
Elenco: Ricardo Darín, Muriel Santa Ana, Huang Sheng Huang
Direção: Sebastian Borensztein
Gênero: Comédia
Duração: 93 min.
Distribuidora: Paris Filmes
Classificação: 12 Anos




Lola Lola Sepa (Anita Linda), a avó, é uma senhora que vive com sua filha e netos menores, e sendo muito pobre, precisa arcar com as despesas do funeral do neto querido. Além disso, precisa arrumar dinheiro para manter um processoaberto contra o assassino capturado pela políciapouco tempo depois. Mas os problemas vão muito além das dificuldade financeiras. Por ser muito idosa, Lola Sepa precisa lutar o tempo todo contra as dificuldades da velhice, especialmente para se locomover em uma caótica cidade filipina, onde o transporte é bastante precário e chuvas torrenciais caem o tempo todo. Para piorar, a família de Lola Sepa vive em um apertado barraco, em uma favela localizada em um bairro totalmente alagado, em que só é possível transitar de canoa.Enquanto Lola Sepa luta por justiça e para garantir um enterro digno a seu neto, acompanhamos as dificuldades de uma outra avó, Lola Puring (Rustica Carpio), avó de Mateo (Ketchup Eusébio), o assassino.Lola Pouring é igualmente pobre, e vive com seus netos e um filho deficiente físico; a situação de Mateo na cadeia a deixa arrasada. Vendedores de verduras na feira, a família de Lola Pouring luta para garantir o pão de cada dia, e não tem dinheiro para pagar um advogado, muito menos para tentar um acordo financeiro com a parte ofendida. 
Elenco: Anita Linda, Rustica Carpio
Direção: Brillante Mendoza
Gênero: Drama
Duração: 110 min.
Distribuidora: ** Outras **
Classificação: 10 Anos

*Aplicar algum dos conceitos vistos em Jacques Le Goff no livro "História e Memória" ou em Roger Chartier no livro "A História Cultural: entre práticas e representações" no filme escolhido para comentar. Perceber a metodologia na qual estão envoltos os personagens do filme escolhido para comentar.