terça-feira, 6 de novembro de 2012

História & História Cultural (Sandra J. Pesavento)



PESAVENTO, Sandra Jatahy. História e História Cultural. 2ª ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

Sandra Pesavento - Biografia



Sandra Jatahy Pesavento graduada em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1969), mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1978) e doutora em História Econômica pela Universidade de São Paulo (1987). Realizou três pós-doutoramentos em Paris. Foi professora convidada de várias instituições estrangeiras. Foi professora titular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul no Departamento de História e no Programa de Pós-Graduação em Planejamento Urbano e Regional (PROPUR).

Atuou na área de História, com ênfase em História do Brasil, trabalhando com os seguintes temas: história cultural, história cultural urbana, imaginário e representações, história e literatura, patrimônio e memória.


Ministrou cursos e conferências em universidades como França, Espanha, Holanda, Bélgica, Itália, Portugal. Entre suas publicações contam-se 29 livros, 22 capítulos/ensaios em livros nacionais e 3 em livros estrangeiros, 54 artigos em periódicos científicos nacionais e 13 em estrangeiros, 17 publicações em anais de congresso.


Foi pesquisadora IA do CNPq; coordenadora do grupo internacional Cleope de historia e literatura, membro associado CERMA/CNRS/EHESS de Paris e coordenadora nacional do GT em História Cultural da ANPUH.

Faleceu no início de 2009 de parada cardíaca, sendo homenageada nacionalmente em vários encontros de historiadores.

Introdução à História (Marc Bloch)


BLOCH, Marc. Introdução à História. Trad. de Maria Manuel Miguel e Rui Grácio. Lisboa: Publicações Europa-América, S/d.

Marc Bloch - Biografia





Nascido no dia 6 de julho de 1886, na cidade de Lyon, França, o judeu Marc Léopold Benjamim Bloch era filho do Professor de História Antiga Gustave Bloch. Durante sua formação acadêmica, estudou em Paris, Berlim e Leipzig. Trabalhou durante alguns anos como pesquisador na Fundação Thiers, mas teve que interromper suas atividades para combater na Primeira Guerra Mundial. Foi soldado de infantaria e chegou a receber uma condecoração militar por mérito após ser ferido em batalha.

Foi depois da Primeira Guerra Mundial que Marc Bloch começou a desenvolver efetivamente sua carreira. Quando ingressou na Universidade de Estrasburgo, conheceu Lucien Febvre, um colega com o qual conviveria e juntos marcariam profundamente a historiografia. Os dois fundaram, em 1929, a revista Annales d’Histoire Économique et Sociale, que é um referencial de influência para muitos Historiadores até hoje e foi fundamental para o desenvolvimento das chamadas Nova História e História das Mentalidades.

Na década de 1930, Marc Bloch ocupou a cadeira de História Economica na Sorbonne e a revista alcançou sucesso mundial, refletindo na formação da chamada Escola dos Annales. Mas, em 1939, a guerra tomou conta da Europa novamente e os nazistas invadiram a França. Marc Bloch chegou a militar na resistência francesa, mas foi capturado e torturado pela Gestapo. Morreu fuzilado no dia 16 de junho de 1944.

A vida de Marc Bloch foi caracterizada por um intenso trabalho, uma carreira universitária brilhante e uma destacada produção científica. É considerado o maior medievalista de todos os tempos e, para alguns, o maior Historiador do século XX. Como um dos grandes responsáveis pela renovação do pensamento histórico, abriu novos horizontes para compreensão do feudalismo. Abandonou o caminho da História Tradicional de sequência de fatos com nomes e datas e se empenhou na construção de análises que consideram a complexa relação entre o homem, a sociedade e o tempo.

Marc Bloch publicou vários livros que se tornaram clássicos da historiografia. Além de diversos artigos impactantes. O primeiro deles, para citar o mais importante, foi Os Reis Taumaturgos (1924), no qual analisa a crença popular do poder de cura com o toque do rei e suas implicações na França e na Inglaterra medieval. Mas sua grande obra foi publicada em 1939 e intitulada de A Sociedade Feudal. Neste livro, o autor apresenta uma nova abordagem sobre a questão do feudalismo que marcaria profundamente sua carreira como um grande medievalista. Além desses dois clássicos publicados em vida, Marc Bloch teve outras obras que foram lançadas após seu falecimento e que também se tornaram referência para os Historiadores. É o caso de Apologia da História ou o Ofício do Historiador (1949), que apresenta uma discussão teórica sobre a ciência histórica e o trabalho do Historiador.

Com tudo isso, Marc Bloch é uma eterna referência para os Historiadores e notoriamente um dos maiores intelectuais do século XX. Sua obra e vida continuam sendo objetos de pesquisa e fontes de referência para muitos trabalhos.

Fonte:



O poder simbólico (Pierre Bourdieu)




BOURDIEU, Pierre. O poder simbólico. tradução Fernando Tomaz (português de Portugal). 2a ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998. 322p.

Pierre Bourdieu - Biografia


Sociólogo francês nascido em 1930, Pierre Bourdieu tornou-se celebre pelos seus estudos na área da sociologia da cultura e da educação e também pelas suas teorias no domínio do poder. Na sua obra mais conhecida “ O Poder Simbólico”, defende que o poder apenas pode ser exercido por indivíduos que não admitem estar ligados a ele e que não o reconhecem como arbitrário, morreu na noite do dia 23 de janeiro de 2002, num hospital de Paris aos 71 anos de idade. 

Estudou filosofia no ensino superior em Paris, a partir daí teve que realizar rupturas para satisfazer às exigências da instituição escolar. Ele abandonou seu sotaque e suas experiências adquiridas nos primeiros anos de vida, as suas origens o colocavam em situação de exterioridade com as instituições francesas e com o mundo intelectual. Bourdieu se considerava alvo de racismo social, esse dado despertou nele uma lucidez relativa as estruturas sociais da sociedade e seus processos. 

Referenciamos aqui algumas de suas obras publicadas: O sentimento de honra na sociedade cabilia, A desvalorização escolar do escolar, A reprodução, Os herdeiros, A economia das trocas simbólicas e o O desencantamento do mundo.

Mitos, Emblemas e Sinais (Carlo Ginzburg)



GINZBURG, Carlo. Mitos, emblemas e sinais: morfologia e história. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

O Queijo e os Vermes (Carlo Ginzburg)



GINZBURG,Carlo. O Queijo e os Vermes. São Paulo: Companhia das Letras, 1987.


Carlo Ginzburg - Biografia



Carlo Ginzburg nascido em Turim em 15 de abril de 1930, é um historiados e antropólogo italiano. Filho do professor e tradutor Leone Ginzburg e da romancista Natalia Ginzburg. Estudou na Escola Normal Superior de Pisa, e em seguida no Instituto Warburg em Londres; ensinou história moderna na Universidade de Bolonha e em seguida nas universidades de Yale, Harvard, Princeton, além da Universidade da Califórnia em Los Angeles. A partir de 2006, ele ocupa a cadeira de história cultural europeia na Escola Normal Superior de Pisa.

Dentre suas obras publicadas estão: Os Andarilhos do Bem, O queijo e os vermes de 1976, História noturna 1991, Mitos, Emblemas e Sinais 1989, Olhos de madeira 2001.

Teve suas obras traduzidas em mais de 15 línguas. É um dos fundadores da microhistória e ganha destaque mundial com a sua "circularidade cultural" e metodológica. 


O grande Massacre de Gatos (Robert Darnton)



DARNTON, Robert. O grande massacre dos gatos. 2. ed, Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1987.

Robert Darnton - Biografia




Robert Darnton nasceu em 1939, em Nova York. Filho de jornalistas graduou-se em história em Oxford. Entre 1964 e 1965 trabalhou como repórter policial no jornal The New York Times, mas abandonou definitivamente a imprensa para aprofundar suas pesquisas sobre a França pré-revolucionária. Atualmente é professor de história européia na Princeton University.

Andrés Zarankin - Arqueología de la arquitectura: Another brick in the wall. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia


ZARANKIN, Andrés. Arqueología de la arquitectura: Another brick in the wall. Revista do Museu de Arqueologia e Etnologia. São Paulo, Suplemento 3. 1999, p. 119-128.


Neste artigo o autor discute a perspectiva proposta por (Funari, 1996) sobre a materialização das relações culturais, observando na arquitetura a construção da paisagem cultural humana a partir das relações sociais. A ideia de que os objetos produzidos e utilizados pelo homem são ativos, dinâmicos e portadores de significados tem seus estudos preconizados por (Hodder, 1987, Tilley, 1989, Funari, 1991 e Andrade Lima, 1996) e continuado com (Zarankin, 1999).

Apresenta ainda que o arqueólogo durante seu trabalho em sítios arqueológicos, encontram estruturas as quais definem com “arquitetônicas”, e dependendo do pesquisador podem utilizá-las como fonte de informação ou um obstáculo para a escavação. Assim o termo Arqueologia da Arquitetura e cunhado por (Steadmam, 19) visto o desenvolvimento desse estudo no campo arqueológico e que busca compreender dentro de sua análise que as construções são elementos ativos e produtos culturais que interagem de forma dinâmica com os homens. Sobre a temática destaca  os trabalhos de (Rapport, 1969; Deetz, 1977; Leone, 1977; Kent, 1990 entre outros).

As pesquisas nessa área do conhecimento tem transcendido o nível da descrição e embasada na corrente pós-processual inserem a compreensão simbólica e ideológica (Parker Pearson; Richards, 1994).

Ao utilizar as premissas de (Grahame, 1995) o autor defende que a arquitetura contribui para estruturação dos indivíduos dentro dos espaços físicos, e isso remete as relações desempenhadas pelos indivíduos dentro dos espaços os quais podem ser visualizadas e analisadas a partir da planta de edifícios.

Assim a construção dos espaços é um produto de complexos processos de lutas de grupos com interesses opostos caracterizados pela dominação por um lado e resistência do outro (McGuire; Paynter, 1991).

O objeto de estudo desse artigo foi exemplificado através das vivendas domésticas de Buenos Aires do século XVIII, que representaram o marco do capitalismo moderno nessa região e que possibilitou na materialização da arquitetura a inserção de elementos dessa ordem econômica que modelaram a vida cotidiana e as relações na sociedade argentina do período.

A metodologia empregada para obtenção dos resultados consistiu na utilização do Método Gamma (Hillier e Hanson, 1984) que propõem a decomposição da planta do edifício em distintos nós e busca estabelecer a comunicação entre os nós, a fim de perceber a partir da leitura as relações de funcionalidade do edifício.
Enfim, as conclusões obtidas nesta pesquisa evidenciou que as vivendas domésticas do século XVIII representam a reprodução de um sistema, dotada de poder simbólico e que cria componentes para que a sociedade funcione seguindo regras estabelecidas.

Andrés Zarankin - Biografia

Imagem: Andrés Zarankin em Aracaju - SE, 2011
Fonte: Foto Janaina Cardoso de Mello



Professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da FAFICH-UFMG desde 2006, onde ministra aulas na graduação e na pós-graduação. Foi sub-coordenador do mestrado em Antropologia (2006-2008) sub-coordenador do curso de Antropologia (2009-2011) e atualmente é Chefe do Departamento (2011- ). Foi bolsista do CONICET, FAPESP e CNPQ. A sua formação inclui; graduação em Antropologia com orientação em Arqueologia na Faculdade de Filosofia e Letras da Universidade de Buenos Aires (1988-1994), Especialização em Historia e Critica da Arquitetura na Faculdade de Desenho, Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Buenos Aires (1995-1997) e Doutorado em Historia na Unicamp (1998-2001). Também fiz dois pós-doutorados, um em Arqueologia no CONICET (2001-2003) e outro em Historia na UNICAMP (2004-2005). Como pesquisador, tem publicado mais de uma dúzia de livros, e mais de 60 artigos (em revistas nacionais e internacionais). Realizou mais de 40 trabalhos de campo em arqueologia histórica no Brasil e no exterior. Desde 1995/96 coordena um projeto internacional para estudar as primeiras estratégias humanas de ocupação da Antártica, com financiamento do CONICET, FONCyT e atualmente do CNPq. É coordenador do Laboratório de Estudos Antárticos em Ciências Humanas da FAFICH-UFMG. Foi pesquisador do CONICET (Argentina) e professor visitante na Universidade de Buenos Aires e Unicamp. Atualmente é pesquisador "Correspondiente" do CONICET (Ad Honorem) e professor visitante no mestrado de arqueologia da UFRJ e da UFS. É o editor responsável, junto ao Prof. Dr. Carlos Magno Guimarães, da Revista Vestígios: Revista Latino americana de Arqueologia Histórica, assim como participa de diversas comissões editorias em revistas nacionais e internacionais. Seus temas de interesse são teoria arqueológica, arqueologia histórica, arqueologia da arquitetura, arqueologia da repressão e arqueologia antártica.

domingo, 14 de outubro de 2012

Charles Orser Jr. - Introdução à arqueologia histórica



Resenha: ORSER JR., Charles E. Introdução à arqueologia histórica. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1992.

Charles E. Orser Jr., historiador e arqueólogo norte-americano, professor de antropologia da Illinois State University, é um dos percussores da Arqueologia Histórica nos Estados Unidos, tem trabalhado temas na história pós-colombiana o qual denomina “arqueologia do mundo moderno”, atua na teoria social, arqueologia da desigualdade social e cultura material da modernidade. 

Suas pesquisas se desenvolveram em objetos investigados nos Estados Unidos, América do Sul, Brasil, África. Dentre as suas obras destacamos: Unearthing Hidden Ireland: Historical Archaeology in County Roscommon. Wordwell Press, Bray, Ireland, 2006; Images of the Recent Past: Readings in Historical Archaeology.Altamira, Walnut Creek, California, 1996; Race and the Archaeology of Identity. University of Utah Press, Salt Lake City, 2001; Encyclopedia of Historical Archaeology. Routledge, London, 2002; (Thomas C. Patterson). Foundations of Social Archaeology: Selected Writings of V. Gordon Childe. Altamira Press, Walnut Creek, California, 2004; (Pedro P. A. Funari and Solange Nunes de Oliveira Schiavetto). Identidades, Discurso e Poder: Estudos da arqueologia contemporâanea.FAPESP, São Paulo, Brazil, 2005; The Material Basis of the Postbellum Tenant Plantation: Historical Archaeology in the South Carolina Piedmont. University of Georgia Press, Athens, 1998; Introdução à arqueologia histórica. Translated by Pedro Paulo A. Funari. Oficina de Livros, Belo Horizonte, Brazil, 1992; A Historical Archaeology of the Modern World. Plenum Press, New York, 1996; Introducción a la Arqueología Histórica. Translated by Andrés Zarankin.Asociación Amigos del Instituto Nacional de Antropología, Buenos Aires, Argentina, 2000; Race and Practice in Archaeological Interpretation. University of Pennsylvania Press, Philadelphia, 2004; Historical Archaeology. Second edition. Prentice-Hall, Upper Saddle River, New Jersey, 2004; The Archaeology of Race and Racialization in Historic America. University Press of Florida, Gainesville, 2007 dentre outras, além de inúmeras publicações com temas voltados à arqueologia e antropologia em diversas revistas científicas internacionais. Ver: http://nysed.academia.edu/CharlesOrser. 

A obra de Orser Jr foi traduzida por Paulo Funari no ano de 1992, a sua inserção nos estudos da arqueologia histórica brasileira refletiu os anseios e ao desenvolvimento dessa área que nesse período alcançava sua consolidação nas pesquisas realizadas no Brasil. Introdução à arqueologia histórica norteou o campo conceitual dessa disciplina como um manual, necessário a todos que adentram na seara da arqueologia histórica, esta disciplina surgida na América do norte e praticada no Brasil. O objetivo do autor consiste em explicar o campo conceitual da arqueologia histórica evidenciando o estudo dos artefatos e as mais variadas fontes de informações utilizadas, já que o seu estudo refere-se a questões ligadas ao colonialismo e imperialismo. 

A obra está dividida em seis capítulos: O que é a arqueologia histórica; o segundo, As diferentes fontes da arqueologia histórica; o terceiro, Diferentes visões sobre o que arqueologia nos informa; em particular a arqueologia histórica; o quarto, Especificidades da arqueologia histórica: solos e artefatos; o quinto, Um exemplo de arqueologia histórica: as fazendas do novo mundo e o sexto, arqueologia histórica e reconstrução. 

No primeiro capítulo, o autor situa a arqueologia histórica a partir da definição do seu campo de atuação, problema esse ocasionado pelo fato da arqueologia histórica ser uma subdivisão autônoma da arqueologia, e também a forma com a qual a Europa e a América do Norte temporalizam o período histórico na arqueologia. 

No segundo apresenta a variedade de fontes de informação utilizada nas pesquisas da arqueologia histórica, como artefatos, estruturas, arquitetura, documentos escritos, informações orais e imagens pictóricas. 

Já no terceiro capítulo, o autor discute as correntes teóricas que nortearam a interpretação arqueológica, e enfatiza o uso de determinadas correntes na arqueologia histórica para compreender as evidências da atividade humana em sítios arqueológicos. 

O quarto capítulo, mostra como a arqueologia histórica retira conhecimento do solo e artefatos estudados, através da estratigrafia e dos registros que esta evidencia. 

No quinto capítulo, exemplifica através das fazendas do novo mundo informações históricas, sociais, e culturais que são possíveis através da pesquisa na arqueologia histórica. 

E por fim no sexto capítulo, apresenta a arqueologia histórica como elemento que fornece informações sobre a aparência física dos sítios históricos contribuindo para restauração e reconstrução de estruturas arquitetônicas, permitindo conhecer detalhes da arquitetura dos edifícios trabalhados. 

Charles Orser Jr. - Biografia



Charles E. Orser Jr., da Illinois State University é um pesquisador norte-americano renomado, especialista no estudo da cultura material afro-americana. É também curador do setor de Arqueologia Histórica do New York State Museum. 

Formação Acadêmica
BS, História e Geologia, Eastern Michigan University, 1972 
MA, Antropologia, Wayne State University, 1975 
Ph.D., Antropologia, Southern Illinois University em Carbondale, 1980

Rosana Najjar - Manual de Arqueologia Histórica



Resenha: NAJJAR, Rosana. Manual de Arqueologia Histórica. Brasília: Iphan, 2005.


O Manual de arqueologia histórica faz parte de um conjunto de manuais editados pelo IPHAN, com o apoio do Programa Monumenta. 

Seu objetivo é atender às exigências de orientação técnica na gestão dos projetos de restauração/conservação dos bens imóveis tombados, sob a tutela federal no que se refere à intervenção arqueológica. 

Tem ainda a intenção de suprir a necessidade de estabelecer procedimentos padrões, a serem adotados pelo IPHAN, no que se refere às práticas de arqueologia, procurando deixar claro seu papel nas atividades de preservação, bem como os resultados esperados deste trabalho interdisciplinar. 

Aborda todas as fases do processo de intervenção no bem imóvel tombado quanto à pesquisa arqueológica, da etapa de elaboração dos projetos até a conclusão e a entrega da obra.

De início o livro avisa que o "Manual de Arqueologia Histórica em Projetos de Restauração foi feito, principalmente, para auxiliar os técnicos do Iphan a gerir os projetos de Restauração/Conservação dos bens imóveis tombados sob sua responsabilidade. Seu objetivo é suprir a necessidade do  estabelecimento de procedimentos padrão, a serem adotados pelo Iphan, no que se refere às  práticas da Arqueologia. Portanto, estes procedimentos poderão ser estendidos a todos, desde os  proprietários das edificações até as instituições públicas e privadas envolvidas, direta ou indiretamente, nos projetos de Restauração/Conservação"(p.4).

O capítulo 1 trata da Arqueologia, da Arqueologia e o bem cultural e da Arqueologia e o Iphan em projetos de restauração. Desse modo deixa bem clara a definição e o campo de estudo da Arqueologia, distinguindo-a de outras áreas como a História ou a Paleontologia:

"A Arqueologia - como a própria origem da palavra diz - estuda o passado. Esse passado  pode ter, no entanto, dezenas, centenas ou milhares de anos. Pode-se estudar uma casa dos anos  1950 da mesma forma que uma caverna pré-histórica. O que muda é o tipo de fonte, ou seja, de evidências disponíveis. No primeiro caso é possível, além dos restos materiais, a utilização de documentos escritos, plantas e fotos; já no segundo caso, tem-se apenas os vestígios materiais: artefatos para caça, pesca, agricultura, enterramentos, vasos de cerâmica, fogueiras, pinturas rupestres, etc. É através desses vestígios que o arqueólogo estuda o comportamento humano.

A Arqueologia é, portanto, o estudo das sociedades passadas - em seus diversos aspectos - com base nos restos materiais por elas deixados, ou seja, ela estuda o homem a partir da sua cultura material.

A partir daí, é possível diferenciá-la tanto da História, pois esta volta-se para o estudo das sociedades através, basicamente, da documentação textual, quanto da Paleontologia, disciplina que estuda os dinossauros e outros animais e plantas extintos.

Como vimos acima, a Arqueologia não é um ramo auxiliar da História nem uma técnica, é uma ciência e possui procedimentos teórico-metodológicos próprios. A Arqueologia, portanto, é uma disciplina científica e, como tal, compreende uma série de etapas de pesquisa que devem ser cumpridas. A saber: a formulação de problemas (hipóteses, levantamentos e estudos de viabilidade); a implementação (licenças, logística); a obtenção de dados (levantamentos, escavação); o processamento dos dados (limpeza, conservação, catalogação, classificações); a análise dos dados (questões temporais e espaciais); a interpretação (aplicação da opção teórica); a publicação e, nos casos indicados, a restauração" (p.6).

O capítulo 2 trata das etapas da Arqueologia nos projetos de restauração, projetos de Arqueologia, relatórios de pesquisas, procedimentos burocráticos. 

"As ações de Arqueologia deverão ocorrer em três etapas sucessivas:

A Etapa I ocorre no período de elaboração dos projetos de arquitetura e, portanto, é anterior às obras civis advindas dele. Isto se justifica pelo fato de a Arqueologia produzir dados necessários à definição deste projeto(p.17).

A Etapa II pode ser executada durante, ou mesmo antes, da realização das obras civis previstas no projeto de restauração propriamente dito. É necessário, entretanto, que os cronogramas das diferentes atividades estejam coordenados para se transformarem em um único, objetivando o bom andamento dos trabalhos. Para tal, a Equipe de Restauração deverá definir o cronograma ideal a ser cumprido (p.18). 

A última Etapa, a de número III, acontece no final das obras civis e sua realização depende da decisão quanto à incorporação, ou não, dos vestígios evidenciados pela pesquisa arqueológica ao uso do bem. Esta incorporação se traduz, na maioria das vezes, na exposição de alguns dos vestígios evidenciados pelas pesquisas, que serão agenciados para se transformarem em um museu-sítio arqueológico" (p.18).

O livro traz a legislação com a qual os arqueólogos e demais interessados nos estudos do patrimônio arqueológico devem se inteirar para lidarem com a burocracia estatal na salvaguarda do bem cultural.



Rosana Najjar - Biografia


Imagem: Rosana Najjar coordenando ST durante a Reunião da SAB em Florianópolis em setembro de 2011.
Fonte: Fotografia Ronaldo Alves (2011)



Possui graduação em Arqueologia pela Universidade Estácio de Sá (1983), especialização em Arqueologia pelo Museu Nacional / UFRJ (1988), mestrado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (2001) e doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (2005). É arqueóloga do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional desde 1983, atuando na preservação e gestão do patrimônio arqueológico, tendo também coordenado diversos projetos de pesquisa arqueológica em projetos de restauração. É professora colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura (PROARQ) da FAU da Universidade Federal do Rio de Janeiro e do curso de Especialização em Arqueologia da Universidade Estadual do Amapá. Tem larga experiência na área de Arqueologia, com ênfase em Preservação do Patrimônio Arqueológico, atuando principalmente nos seguintes temas: preservação, restauração, arqueologia histórica e educação patrimonial.

Márcia Guimarães - Arqueologia de Assentamentos: Uma análise bibliográfica


Resenha: GUIMARÃES, Márcia Barbosa. Arqueologia de Assentamentos: Uma análise bibliográfica.   p. 1-40, 2011. Disponível em: http://pt.scribd.com/doc/59054702/Arqueologia-Assentamentos-uma-analise-bibliografica. (Acesso em: 12 de julho de 2011).


O artigo trata da arqueologia de assentamentos delimitando-a como "o estudo do arranjo, da distribuição e das relações dos antigos assentamentos com seu contexto ambiental, bem como de sua implantação na paisagem" (p.1). Ressalta-se que "devido às amplas escalas de análise, bem como pela integração de dados geográficos, o estudo de arqueologia de assentamentos permite compor quadros arqueológicos locacionais detalhados, contribuindo não só para análises relacionais intersítios, mas sendo fundamental para o gerenciamento e preservação do patrimônio arqueológico"(p.1).

O texto chama a atenção para a necessidade de um olhar interdisciplinar, uma vez que dialogam durante esse processo teórico-metodológico a Antropologia Social (pensamento funcionalista), a Geografia, a Biologia, a Zooarqueologia e a Paleoetnobotânica. 

São evocadas as tradições anglo-saxônicas no estudo da arqueologia de assentamentos: a norte-americana e a britânica. E no que se refere à tradição britânica, pesquisadores como Fox (1923), Gordon Childe (1934) e David Clark (1952; 1955). No que tange aos estudos dos norte-americanos são citadas as iniciativas de Steward (1937) e Steward e Setzler (1938). Estando relacionada a Julian Steward a definição do conceito como "as relações entre os grupos humanos e seu meio natural" (p.5). 

"A partir da década de 60 emergiu o desdobramento do termo pela corrente processualista e sua visão sistêmica. Nasce, assim, a denominação de sistema de assentamento, formalmente utilizado, pela primeira vez, por Winters (1967APUD WILLEY; SABLLOF, 1993) e, posteriormente, definida por Plog & Hill (1971, p. 9) como o relacionamento entre sítios contemporâneos nos quais seus ocupantes estavam interagindo de uma maneira sistemática" (p.7).

Mas estabelecendo uma diferenciação, para Winters: "o termo padrão de assentamento estaria limitado às relações geo-fisiográficas, enquanto sistema de assentamento às relações funcionais"(p.7).

"Outra necessidade que o uso do termo sistema de assentamento trouxe foi a de estimar o período do ano durante o qual os sítios foram ocupados e as atividades neles desenvolvidas.Para obter respostas a essas duas perguntas foi preciso estabelecer um critério mais sistemático para a coleta de dados, ou seja, desenvolver uma estratégia de amostragem que possibilitasse manipulação quantitativa com validade estatística, seja no nível micro (intrassítio) ou no macro (intersítio)"(p.8).

Segundo Reis (2002), alguns dos instrumentos mais utilizados na Arqueologia de assentamentos são: a teoria do lugar central, a hierarquia de sítios, os polígonos de Thiessen e a técnica da regra categoria-tamanho (p.9-10).

"O século XXI, vê a expansão dos estudos sobre arqueologia de assentamentos regional, abarcando desde projetos de surveys, que possibilitam identificar e gerenciar patrimônio arqueológico regionais, até estudos sobre sistemas socioculturais específicos, estudos macro regionais, mudanças de longa duração e estudos comparativos" (p.11).

"O período entre o final da década de 80 e o início da década de 90 não só marcou o início dos estudos sobre padrão de assentamento na Arqueologia brasileira como foi, também, o de maior concentração"(p.12).

O texto cita a influência do arqueólogo Ulpiano Bezerra de Meneses que trabalhou nas fronteiras da Arqueologia, História e Museologia ao longo de sua carreira marcada por sua formação interdisciplinar, mas que no que se refere à Arqueologia foi um disseminador da vertente processualista (também chamada de Nova Arqueologia) na USP.

Outros autores e trabalhos vão sendo "historiados" ao longo do artigo de Guimarães que termina por compor uma historiografia da Arqueologia de assentamento, trazendo uma visão abrangente e necessária aos estudos da área. 

O trabalho termina elencando as pesquisas de Dias (2003), Farias (2005) e Teixeira (2002) como os estudos nacionais mais consistentes ao proporem modelos regionais detalhados de assentamentos "contribuindo para o conhecimento arqueológico regional e nacional" (p.34). 


Márcia Barbosa Guimarães - Biografia

Imagem: Profa. Dra. Márcia Guimarães na UFS/Campus Laranjeiras ministrando curso sobre ArcView na Semana de Extensão da UFS - 2011.
Fonte: Fotografia Janaina Mello (2011)


Possui graduação em História pelo Centro de Ensino Universitário de Brasília (1986), mestrado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (2001) e doutorado em Arqueologia pela Universidade de São Paulo (2007). Atualmente é professora adjunta da Universidade Federal de Sergipe (UFS), ministrando aulas na graduação de Arqueologia, bem como no mestrado de Arqueologia (PROARQ). Tem experiência na área de Arqueologia, com ênfase em Arqueologia Pré-Histórica, atuando principalmente nos seguintes temas: sambaqui,arqueologia do litoral e mudança social e contato interétnico. Atualmente orienta tanto na área da Arqueologia Histórica como na Pré-Histórica nos seguintes temas: Arqueologia da Diáspora Africana e Arqueologia Social da Paisagem.

Pedro Paulo Funari - Arqueologia


RESENHA:  FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Arqueologia. São Paulo. Contexto, 2003.


O autor Pedro Paulo Funari, um grande arqueólogo brasileiro, faz uma síntese, como já diz o título do seu livro sobre a Arqueologia, mostrando-nos que, além de ser uma atividade complexa e apaixonante, é uma grande aventura. 

Um dos seus objetivos, em seu livro, é deixar nitidamente claro o que é de fato a Arqueologia, como ela era e como é vista atualmente. Trata cuidadosamente e detalhadamente do raciocínio, do objeto e da “construção” da Arqueologia, demonstrando que esta é uma ciência com técnicas e métodos próprios. Ao decorrer do livro, cita grandes nomes da Arqueologia como por exemplo, Willian Petrie, Vere Gordon Childe, Mortimer Wheler, dentre outros. Não deixa de mostrar o raciocínio de um arqueólogo e de como ele atua, afirmando que “uma das condições mais comum de trabalho do arqueólogo é a escavação, encontrar informações sobre possíveis ocupações antigas e, em seguida, faz-se um reconhecimento do terreno por meio de uma prospecção” (p.23).

Após falar de como pensa o arqueólogo, explica as várias formas de pesquisas e dos instrumentos usados para as atividades de campo. “A Arqueologia não é, do meu ponto de vista, uma simples técnica no sentido empirista da palavra” (p.63). Cuida de cada detalhe das técnicas, do que é preciso, qual instrumento usar, onde usar, como identificar um vestígio material (cerâmica, projéteis, pontas de lanças ou flechas, etc), enfim, das técnicas desde o desenterramento até a organização do trabalho arqueológico, sempre exemplificando através de fotos ou figuras. Explica cada método de uma forma bem nítida, de fácil entendimento, mostrando-nos que as técnicas de trabalho não são tão fáceis e que exige muito esforço, principalmente físico.
É claro que não deixa de citar as diferentes áreas dos conhecimentos, que fazem parte da Arqueologia, como por exemplo, a História que, segundo Funari, é particularmente importante, a Antropologia e outras, como a tipologia, explicando as relações existentes entre elas, o porque dessas relações e de como surgiu a mesma.

Dá ênfase total a Arqueologia, principalmente quando trata do poder que ela possui, “a criação e a valorização de uma identidade nacional ou cultural relacionam-se, muitas vezes, com a Arqueologia” (p. 101), e ao trabalho do arqueólogo no Brasil, mostrando as vantagens, tipos de formação, mercado de trabalho, desvantagens. “Há diversos caminhos possíveis para se tornar e se trabalhar hoje com Arqueologia no Brasil... as perspectivas são muito variadas, de acordo com as escolhas que venha a efetuar” (p.110).
Sobre as questões profissionais, fala que a Arqueologia possui várias áreas de atuação e especialização, dando sugestões de campos de trabalho para interessados. Por fim, faz uma lista de sugestões de leituras, filmes, sites e CDs para quem quiser aprofundar-se no assunto. Pode concluir, que o livro sintetiza e explica como tudo funciona dentro da disciplina, tendo por objetivo apresentar as principais abordagens, técnicas e métodos da Arqueologia, fornecendo um manancial básico de informações e uma visão condizente com a complexidade da Arqueologia, dando a oportunidade de avaliar criticamente e de conhecer as vertentes arqueológicas existentes.

Título do trecho selecionado: Como pensa o arqueólogo: do artefato à sociedade

Trecho: Uma das condições mais comuns de trabalho do arqueólogo é a escavação. Costuma-se antes de propor uma escavação, encontrar informações em documentos, em testemunhos orais, fotos e pinturas sobre possíveis ocupações antigas e, em seguida, faz-se um reconhecimento do terreno, por meio de uma prospecção. A prospecção é também chamada de levantamento ou survey, termo em inglês.
Identificando vestígios na superfície, determina-se uma área a ser escavada (o leitor encontrará mais informações sobre isso adiante, ao tratarmos das sondagens). Hoje em dia, na escavação, costumam atuar arqueólogos profissionais, voluntários, aprendizes e, as vezes, operários para o trabalho mais pesado e inicial da retirada da vegetação. Usam-se pás, picaretas, colher-de-pedreiro, pincéis, mas também baldes, peneiras, cordas, fitas métricas, papel para anotações e desenhos, câmaras fotográficas entre outros equipamentos.

O Estrato arqueológico é a unidade básica de seu trabalho. Cada estrato representa uma ação humana, como um aterro, a fundação de um muro. O arqueólogo define os estratos, com certa dose de subjetividade, mas sempre baseado no que se encontra no solo. Assim, cada estrato pode ser delimitado pela sua composição material particular e corresponde à determinada atividade humana, realizada pelos usuários originais desse espaço físico, ou a uma ação natural (depósitos de aluvião, inundações, etc).
O arqueólogo deve registrar os artefatos encontrados, por meio de desenhos, de modo que se possa saber sua exata localização. Para isso, é necessário desenhar seções estratigráficas e planos horizontais. As seções correspondem a profundidade em que os artefatos foram encontrados e os planos, à sua distribuição espacial.

Assim, a transposição desses estratos para seções estratigráficas verticais e planos horizontais permite ao escavador, terminado o trabalho de campo que consiste propriamente em anotar o que se encontrou na escavação, reconstituir o estado do material no momento da descoberta. Suponhamos que se trate de restos de uma casa, apresentando duas bases de muros em pedra e, no seu interior, grande quantidade de argila, reboco e cerâmica.

Ainda que se trate de um exemplo por demais simples para corresponder aos problemas reais derivados de situações concretas complexas, permite constatar que o objeto direto de observação do arqueólogo não é senão um vestígio, um destroço diminuto e material do contexto cultural. Por meio da leitura do registro arqueológico (ou seja, dos vestígios que o arqueólogo encontrou e procurou reproduzir em um desenho esquemático), deve-se chegar a reconstrução das atividades e ações que levaram o estado atual do material encontrado. No caso exposto, o arqueólogo deve tomar por base o depósito arqueológico encontrado, reconstruir as etapas de formação desse depósito, para chegar a uma reconstituição de ambiente do local de atividades socialmente significativo.

A reconstituição proposta pelo arqueólogo é sempre subjetiva (ou seja, depende de boa parte de sua imaginação, incrementada com outros estudos e muito conhecimento sobre o povo e a época estudada, além de noções de arquitetura, por exemplo), pois os dados encontrados e anotados devem ser interpretados pelo escavador e diferentes estudiosos podem chegar a propor interpretações diversas. Qual a altura da parede da casa? Com base em certos indícios, uns podem propor determinada altura, outros proporão outra, baseando-se em variadas hipóteses. Se não possuímos a parede preservada até o teto, como é o caso normalmente, sempre é necessário conjecturar a respeito.

A Arqueologia nada mais é que uma leitura, ainda que um tipo particular de leitura, na medida em que o “texto” sobre o qual se debruça não é composto de palavras, mas de objetos concretos, em geral mutilados e deslocados do seu local de utilização original. É impossível ignorar a subjetividade do trabalho arqueológico. Por outro lado (em função da “busca da verdade”), há uma crescente preocupação com a interdisciplinaridade, em especial, no que se refere à ajuda proporcionada por outras disciplinam que lidam com “leitura” e “interpretação”, em particular, com aqueles que se voltam para os objetos também, como é o caso da semiótica, disciplina preocupada com os princípios teóricos da comunicação.

Existem outras formas de leituras de imagens que podem ser, também, úteis para o arqueólogo, como é o caso da psicanálise, em aparência, tão distante da Arqueologia. Espadas, por exemplo, tem sido interpretadas como símbolos fálicos (pênis ereto), uma influência direta da teoria de Freud na análise de um artefato. 


Pedro Paulo Funari - Biografia






Pedro Paulo Abreu Funari é um arqueólogo brasileiro, professor da Universidade Estadual de Campinas e líder de grupo de pesquisa do CNPq. Atualmente participa do conselho editorial de trinta revistas científicas brasileiras e quatorze estrangeiras entre elas o Public Archaeology, o Journal of Social Archaeology e o International Journal of Historical Archaeology. Sua contribuição ao meio científico atual é mais de 330 artigos publicados em revistas de todo o mundo. É autor e co-autor de mais de 80 livros na área de história e arqueologia. Organizou mais dezenove reuniões científicas.


É graduado em História pela Universidade de São Paulo em 1981, mestre em Antropologia Social pela USP em 1986, doutor em Arqueologia (1990) e pós-doutor pela Illinois State University em 1992, entre outros títulos acadêmicos. É livre-docente da Unicamp desde 1996.


Uma das suas contribuições diz respeito a arqueologia histórica publicando vários textos em português fornecendo a literatura necessária para a base acadêmica dos alunos da área.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

4a) Atividade Avaliativa de Setembro/Outubro (Vídeo na Teoria e na Metodologia)

Robert Darnton

*Robert Darnton nasceu em 1939, em Nova York. Filho de jornalistas, graduou-se em história em Oxford. Foi professor de história europeia na Universidade de Princeton. Fundador do programa Gutenberg-e, atualmente é professor de história e diretor da Biblioteca da Universidade Harvard.



Entrevista no Programa Roda Viva em 24/09/2012





***No Brasil, Robert Darnton publicou, entre outros livros, "O grande massacre de gatos e outros episódios da história cultural francesa" (Graal Editora, 1988), "Boemia literária e revolução" (Cia das Letras, 1987), "O beijo de Lamourette" (Cia das Letras, Livro de Bolso, 2010), "O Iluminismo como negócio" (Cia das Letras, 1996), "Best-Sellers proibidos da França pré-revolucionária" (Cia das Letras, 1998) e  "A questão dos livros – Passado, presente e futuro" (Cia das Letras, 2010).

****Atividade avaliativa: Deixe seu comentário sobre A importância dos acervos para a teoria e metodologia na área das Ciências Sociais (Museologia), a digitalização e democratização das obras e o futuro da escrita á partir da entrevista do historiador Robert Darnton.

Para maior aprofundamento: Ler entrevista de Robert Darnton concedida à José Murilo de Carvalho na Revista Topoi (PPGHIS-UFRJ), n. 05, set. 2002, pp. 389-397.



Regina Abreu - Biografia


Imagem 1: Regina Abreu em palestra no IHGSE, durante o I Encontro Estadual de Memória e Patrimônio Cultural (NMS/GEMPS-CNPq-UFS)


Foto: Janaina Mello (maio de 2011)

Doutora em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (Museu Nacional), Especialização em "Recherches en Sciences Sociales" (EHESS), Professora Associada da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Bolsista de Produtividade do CNPq 2; Orientadora de Mestrado e Doutorado e Integrante do Corpo Docente do Programa de Pós-Graduação em Memória Social/UNIRIO (certificado pela CAPES/área Interdisciplinar), Líder do Grupo de Pesquisa CNPq "Memória, Cultura e Patrimônio", Coordenadora do Projeto de Pesquisa "A Patrimonialização das Diferenças" (apoio CNPq), Coordenadora do Portal "Museus do Rio" (apoio Faperj/Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro). Atuou como pesquisadora visitante do "Institut de Recherche Interdisciplinaire sur les Enjeux Sociaux-IRIS". Tem experiência na área de Antropologia Social nas interfaces com a Memória Social, o Patrimônio Cultural, os Museus, o Áudio-Visual e o Estudo de Trajetórias. Publicou livros e ensaios sobre museus antropológicos, patrimônio etnográfico, trajetórias biográficas, entre os quais "A fabricação do Imortal", ed. Rocco, RJ, sobre o Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro; "O Enigma de Os Sertões", ed Rocco, RJ, sobre a trajetória biográfica de Euclides da Cunha; "Memória e Patrimônio, ensaios contemporâneos", ed. DPA, RJ. 


Imagem 2: Regina Abreu com professoras e graduandas do Núcleo de Museologia (IHGSE)
Foto: Janaina Mello (maio de 2011)

Atualmente, está construindo um portal sobre os 250 museus do Estado do Rio de Janeiro e trabalhando numa pesquisa intitulada Memória, Cultura, Transformação Social e Desenvolvimento: Panorama Museal do Estado do Rio de Janeiro. [Conferir: www.museusdorio.com.br]

Imagem 3: Regina Abreu Visitando a UFS - Campus Laranjeiras com Janaina Mello e Rafael Santa Rosa

Foto: Janaina Mello (maio de 2011)

Mora no Rio de Janeiro, é carioca, atua também na área de cinema e audiovisual em parceria com a produtora cultural Imagine Filmes.

Regina Abreu. A fabricação do imortal.


RESENHA: ABREU, Regina. 1996. A Fabricação do Imortal: Memória, História e Estratégias de Consagração no Brasil. Rio de Janeiro: Rocco. 225 pp.





Os estudos antropológicos feitos a partir da análise de objetos, a outrora chamada “cultura material”, vêm sendo recuperados sob novas ênfases nos quadros internacionais da disciplina. Relacionada a essa retomada está a percepção acurada do significado das instituições que se constituíram como destinadas à guarda, tratamento e exposição de objetos, os museus. Tal consciência, articulada muitas vezes a problemas como os de formação de comunidades políticas nacionais, de memórias coletivas, da constituição de segmentos sociais determinados, ou ao estudo da história da antropologia, é ainda incipiente no Brasil. 

O belo livro de Regina Abreu é um exemplo notável das possibilidades e relevância de estudos que tenham como ponto de partida materiais depositados em acervos museológicos na qualidade de coleções. Gerado a partir de uma dissertação de mestrado em antropologia social (Sangue, Nobreza e Política no Templo dos Imortais: Um Estudo Antropológico da Coleção Miguel Calmon no Museu Histórico Nacional, PPGAS/Museu Nacional, 1990), e tendo se beneficiado da revisão feita a partir de um estágio no Centre de Sociologie de l´Éducation et de la Culture da École des Hautes Études en Sciences Sociales (1994-95), o trabalho é profusamente ilustrado, tanto por fotografias integrantes do material estudado – elas mesmas documentos abordados no livro –, quanto por fotos dos objetos investigados, o que contribui sobremodo para introduzir o leitor em dimensões visuais pouco demonstráveis de modo escrito. A autora – hoje pesquisadora da Coordenação de Folclore e Cultura Popular/Funarte – tem também a seu favor ter pertencido aos quadros do MHN. Tal experiência indica as possibilidades analíticas que instituições dessa natureza – às vezes verdadeiros “metamuseus” – oferecem àqueles que sabem transformar seu cotidiano e sua familiaridade em matéria para (auto-)reflexão, despindo-se de pré-conceitos, da adesão fácil a uma realidade primeira e a estudos mais corriqueiros.

Em suas 225 páginas, A Fabricação do Imortal parte da valiosa coleção “Miguel Calmon du Pin e Almeida”, doada por sua viúva, Alice da Porciúncula Calmon du Pin e Almeida, ao Museu Histórico Nacional, em 1936. A dádiva teria intermediários: Pedro Calmon – afilhado e sobrinho de Miguel Calmon, político baiano, por duas vezes ministro de Estado –, conservador do Museu, regente da disciplina História da Civilização Brasileira na Universidade do Distrito Federal e quadro prestigioso do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro; e Gustavo Barroso, idealizador e diretor do Museu Histórico Nacional, escritor prolixo, ambos engajados em produzir uma “história nacional” de acordo com as representações de segmentos muito específicos das elites brasileiras da chamada Primeira República: aqueles que constituíam e se representavam como a “nobreza brasileira”, e em continuidade a essa.

Após uma contextualização do universo social mais amplo em que Miguel Calmon falecera, dos eventos que consubstanciaram a doação por sua viúva e das relações sociais que sustentaram tal ato, Abreu apresenta de modo objetivo as perguntas que se propõe: “Quem é essa senhora? Quem é o marido dessa senhora? Para que museu os objetos são doados? Como se caracteriza esse museu? Qual sua filosofia? Quem o dirige? Para que e para quem ele funciona? Quais os objetos escolhidos para serem doados? Como se processou essa escolha? Como esses objetos são incorporados pelo museu? Que lugar eles ocupam na hierarquia institucional? Quais os significados que eles encerram?” (:28).

Para respondê-las a autora lança mão de instrumentos da antropologia social, da sociologia e da história numa minuciosa indagação sobre os modos pelos quais se cria um novo “sagrado nacional” já sob os céus do regime republicano das primeiras décadas do século; sobre como essa “nobreza brasileira”, fração (dominada) das elites políticas da época, imortaliza-se enquanto portadora de uma tradição secular e, na pessoa de Miguel Calmon, simultaneamente, apresenta-se como um segmento modernizante, capaz de integrar a nova ordem política. Modelo de “servidor público”, um engenheiro dotado dos conhecimentos científicos necessários para arrancar o Brasil da situação de “atraso” em que o legado colonial e escravista o colocara em face do “concerto das nações”, a figura do fiel correligionário de Rui Barbosa (a quem chamava de chefe), ministro da Viação e Obras Públicas e, posteriormente, da Agricultura, Indústria e Comércio, sobrinho homônimo do Marquês de Abrantes – o “estadista de dois reinados” –, Miguel Calmon surge da análise enquanto exemplar para se entender o trabalho social de reconversão de uma herança “nobre” (estreitamente ligada ao exercício do poder sob o regime imperial, legado capaz de distinguir, readequando) às novas posições de poder que se configuram nas primeiras décadas da República.

Sob o signo de um genérico discurso evolucionista, em que as idéias de progresso e cientificismo positivista imperavam, tradição e modernidade, espaços públicos e privados parecem definir-se e recombinar em uma síntese histórica específica. Elabora-se um novo papel do “homem público”: dotado de uma formação universitária (sobretudo por deter, via de regra, uma posição hierarquicamente superior na sociedade), deverá atuar enquanto líder de um povo a ser formado, de uma nação a ser planificada e estruturada. Entrevê-se, aqui e ali, o jogo das relações entre classes e frações de classe que formaram o Estado federativo republicano no Brasil. Tal análise é feita à luz do resgate das informações sobre os objetos integrantes da coleção (o que, e como, Alice da Porciúncula decidiu expor para representar a trajetória social de seu marido), e de sua descrição na qualidade de semióforos, segundo o conceito de K. Pomian. Seu valor simbólico é destacado, dentre outros fins, para enfatizar o aspecto de permuta,  troca equilibrada (numa feliz utilização de textos de Mauss e Malinowski), entre Alice da Porciúncula e o Museu: tal doação extraordinária, que aponta para a intenção de imortalizar o indivíduo pela via da memória coletiva, dentre outras contradádivas, foi aquinhoada com uma sala especial para sua exposição permanente em meio a outros emblemas da “história nacional”, com o direito consagrado no ato da doação a uma curadoria especial a ser exercida pela viúva e seu mordomo, estendendo-se prerrogativas de ordem privada a um espaço supostamente público.

Os doze primeiros capítulos do livro desentranham, pouco a pouco, dos variados objetos componentes desse “sistema” que é a coleção (móveis, jóias, roupas, esculturas, canetas, diplomas, fotografias, biografias e outros livros, dentre tantos), pela via do estudo de sua origem e trajetória, dos significados que os impregnam e constituem não só a “fabricação do imortal” Miguel Calmon, mas a vida social das elites políticas, seus valores, seus espaços de sociabilidade, as redes sociais que se entrecruzam na formação do Estado à época, suas relações com os países europeus e, de modo mais abrangente, um projeto implícito de uma “civilização brasileira”. São aspectos de grande importância para o conhecimento do período e das (pouco estudadas) elites brasileiras.

Nos cinco capítulos finais Abreu volta-se para o espaço escolhido para depósito e exposição desses semióforos e seus sentidos, em última instância para os planos de uma “história nacional” como perseguidos pelos segmentos sociais abordados, concluindo por ver as alterações às finalidades e sistemática de exposição do Museu Histórico Nacional. Nessa parte, Gustavo Barroso assoma como figura principal da descrição da autora. Reportando-se o leitor à “história” dos livros didáticos, mesmo os mais “atualizados”, é possível notar como os processos que Regina Abreu descreve nesse segmento do livro estão presentes e atuantes num “imaginário nacional” de ampla divulgação (e reprodução) até hoje.

Em sua dimensão textual – artefato literário –, A Fabricação do Imortal beira agradavelmente o romanesco, com um estilo claro e estimulante, conduzindo-nos (como numa investigação arqueológica), camada após camada através do(s) mundo(s) social(is) que perscruta, sem perder o rigor sociológico e as referências de contexto histórico. Como mandam as regras da boa antropologia, cá está uma etnografia densa, cujo poder de descrição permite vislumbrar múltiplos desdobramentos em outras pesquisas e supera os inevitáveis limites da escolha de instrumentais analíticos.

Sobretudo, sente-se aí o potencial que a pesquisa antropológica, aplicada em perspectiva histórica, tem no desvendar de processos sociais de longa duração ainda em curso. Afinal, os “imortais” mudam, mas continuam a ser “fabricados” e “desfabricados”, estratégias de consagração se redefinem, mas entram em jogo no cotidiano dos espetáculos estatais, e as margens de aplicação de instrumentos socioantropológicos cunhados para o tratamento de outras realidades histórico-sociais a temas e problemas em solo brasileiro devem ser preocupação permanenente do pesquisador em ciências sociais. Também nesses aspectos o livro de Regina Abreu é uma bem-vinda e importante contribuição.

FONTE: LIMA, Antonio Carlos de Souza. Resenha. MANA 3(2):221-223, 1997. [Disponível em PDF: http://www.scielo.br/pdf/mana/v3n2/2446.pdf]

* Alunos: Comentar sobre a relação interdisciplinar aplicada à metodologia e teoria á partir da pesquisa de Regina Abreu sobre o acervo museológico do Museu Histórico Nacional. Quais os campos de saber que entrelaçam-se na análise da autora? Quais os conceitos? Qual análise se pode compreender em seu trabalho? Qual a relação entre Museu, Saber e Poder?



Novo Cronograma das aulas e textos pós-greve!



* Calendário DAA-UFS
Reinício do período: 24/09
Término do período: 06/11

* Cronograma das aulas, textos e avaliações:

24/09: resenha Regina Abreu ( A fabricação do imortal)
01/10: A professora estará com integrantes do GEMPS/CNPq - UFS apresentando trabalho no IV Encuentro Latinoamericano de Bibliotecarios, Archivistas y Museólogos (EBAM) na Biblioteca Nacional de Buenos Aires - AR.
08/10: Textos FUNARI; GUIMARÃES e NAJJAR
15/10: Textos ORSER; ZARANKIN
19/10 (sábado/os museus não abrem segunda*): Visita técnica aos Museus de Aracaju-SE.
22/10: Capítulo História Cultural (Domínios da História) e Capítulo Jacques Revel.
29/10: Seminários dos alunos (avaliação)
05/10: Seminários dos alunos (avaliação)
06/11: Prova final e Entrega das notas

sábado, 5 de maio de 2012

3a) Atividade Avaliativa de Maio (Cinema na Metodologia)

A árvore do amor (2010). 

Título original: Shan zha shu zhi lian. 
Distribuição: Art Filmes/Serendip Filmes.
Direção: Zhang Yimou. 
Elenco: Dongyu Zhou, Shawn Dou, Meijuan Xi, Xuejian Li, Taisheng Chen, Rina Sa, Liping Lü, Ruijia Jiang, Xinbo Yu, Xinyun Xi.
Produção: Hyuai Cao, William Kong, Hugo Shong, Weiping Zhang.
Roteiro: Lichuan Yin, Xiaobai Gu, Mei Ah.
Fotografia: Xiaoding Zhao.
Trilha Sonora: Qigang Chen.
Duração: 115 min.
País: China.
Gênero: Drama.
Sinopse: Após ver seu pai preso pelo governo da China, Jing é mandada para o campo para passar por um período de reeducação durante a Revolução Cultural no país. Preocupada com o futuro de sua família, a jovem adota um comportamente bem prudente. Mas isso muda quando ela conhece Sun, o filho de um oficial, por quem se apaixona. Mesmo com origens tão distintas, os dois vivem um amor em segredo. Mas um dia Sun desaparece e retorna um tempo depois mudado. Jing terá que rever suas convicções para lutar pelo que realmente acredita.

Um Homem de Sorte (2011)

Direção: Scott Hicks
Elenco: Zac Efron, Taylor Schilling, Blythe Danner, Jay R. Ferguson, Riley Thomas Stewart Gênero: Drama
Duração: 101 min.
Distribuidora: Warner Bros 
Produção: Denise Di Novi, Kevin McCormick
Roteiro: Will Fetters
Fotografia: Alar Kivilo
Trilha Sonora: Mark Isham, Hal Lindes
Gênero: Romance/Drama

Sinopse: baseado no livro de Nicholas Sparks, o sargento da Marinha dos EUA Logan Thibault (Efron) retorna de seu terceiro turno de serviço no Iraque, com o que acredita que salvou sua vida: uma fotografia que encontrou de uma mulher que ele nem conhece. Descobrindo seu nome – Beth (Schilling) – e seu endereço, o sargento aparece em sua porta e acaba por aceitar um emprego em seu canil familiar. Apesar da desconfiança inicial de Beth e das complicações em sua vida, um romance acontece entre eles, dando a Logan a esperança de que ela pode ser muito mais do que o seu amuleto da sorte.

Paraísos Artificiais (2011)

Elenco: Nathalia Dill, Luca Bianchi, Lívia de Bueno
Direção: Marcos Prado
Gênero: Drama
Duração: 96 min.
Distribuidora: Rio Filme

Sinopse: Documentarista premiado por "Estamira" (2004), o diretor carioca Marcos Prado esboça em sua primeira ficção, "Paraísos Artificiais", um retrato de geração de jovens em busca de utopias pessoais e de prazer, embalados por drogas sintéticas e música eletrônica. No enredo, Erika é uma DJ de relativo sucesso e muito amiga de Lara. Juntas, durante um festival onde Erika trabalhava, elas conheceram Nando e, juntos, vivem um momento intenso. Entretanto, logo em seguida o trio se separa. Anos depois Erika e Nando se reencontram em Amsterdã, onde se apaixonam. Só que apenas Erika se lembra do verdadeiro motivo pelo qual eles se afastaram pouco após se conhecerem, anos antes. Filmado em várias locações, entre Amsterdã, Rio de Janeiro, Pernambuco e Alagoas, o filme tem sequências belíssimas servindo como cenário para as experiências dos personagens. 

Proposta avaliativa: Deixar um comentário relacionando as discussões presentes ao longo do enredo de um dos filmes às leituras vistas até agora (Le Goff, Chartier ou Hobsbawm).